O jogador que chegou a ser apontado como o herdeiro de Alexandre Pato no Inter estará de volta ao Beira-Rio, na noite desta quinta-feira: Lucas Roggia. Aos 25 anos, o atacante disputa o Gauchão pelo Passo Fundo e começará a partida como opção para o segundo tempo. Lucas e João Paulo (hoje no Santa Cruz-PE) chegaram a ser apontados na temporada 2008/2009 como os grandes nomes da base colorada.
Em dezembro de 2009, na gestão Vitorio Piffero, o então diretor de futebol Giovanni Luigi precisou se desdobrar para renovar o contrato de ambos até 2014, evitando, assim, que a dupla ficasse sem contrato e que fosse levada pelo empresário Mino Raiola para o futebol italiano.
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Luca Roggia passou por treinadores como Falcão, Osmar Loss e Dorival Júnior. Não vingou e acabou emprestado ao Milan B. Depois, já sem contrato com o Inter, foi ao Beira-Mar (POR) – onde permaneceu até o começo do ano passado. No ano passado, encontrou guarida no Juventude. Na Série C, disputou seis partidas, somando um total de apenas 81 minutos em campo. Em 2016, pediu para ser cedido ao Passo Fundo. Quer aparecer e voltar à Série A do Brasileirão ainda nesta temporada.
A seguir, os principais trechos da entrevista de Lucas Roggia a ZH:
Qual a sensação de voltar ao Beira-Rio tanto tempo depois?
É a minha casa. passei 10 anos da minha vida lá, dos 13 aos 23. É sempre bom voltar ao clube que me formou, que me fez jogador de futebol. O Passo Fundo surge como uma nova oportunidade, um novo ano para tentar aparecer. Espero jogar diante do Inter.
Você foi uma grande promessa da base. Chegou a ser indicado como o sucessor de Alexandre Pato. Afinal, o que aconteceu?
Foram muitos fatores. Primeiro, que acabei indo para a Itália e voltando. Joguei no Milan B, em 2012, onde treinei contra caras que eu só conhecia do videogame: o próprio Pato, Robinho, El Shaarawy, Muntari, Ambrosini e tantos outros. Foi uma grande experiência de vida. Fiquei seis meses lá e voltei ao Inter. Aqui, acabei não jogando. O meu contrato com o Inter acabou no começo de 2014. Fui para Portugal. No Beira-Mar, sofri uma lesão muscular, um estiramento na coxa, e demorei a voltar. Para 2015, decidi voltar ao Brasil para provar que posso vingar aqui. Assinei com o Juventude, mas houve alguns imprevistos (acabou se lesionando e não conseguiu ter sequência) e pedi para ser emprestado ao Passo Fundo.
Você ainda sonha retornar ao Inter?
Estou ciente que devo abaixar a cabeça e trabalhar muito. Quero voltar para a Série A. Tenho é que jogar. O que tiver que acontecer depois, sei que Deus fará o melhor para a minha carreira. Quero fazer um bom Gauchão, aparecer, e ser visto por algum time da Série A.
Você ainda tem contato com João Paulo?
Sim, sim. Costumamos conversar. Ele é um como se fosse meu irmão. Está muito bem e muito feliz no Santa Cruz.
Os torcedores do Inter ainda te reconhecem na rua? Ainda falam com você?
Sempre que me reconhecem vêm comentar sobre o Inter comigo. Perguntam sobre o clube, sobre como foi a minha experiência no Milan e sobre a minha participação na Copa Audi (quando o Inter empatou em 2 a 2 com o Barcelona e repetiu o placar contra o Milan, ne edição do torneio em 2011).
Você se arrepende de algo na sua carreira?
Não tenho arrependimentos. Resolvi tudo dentro do campo. Sempre fui bem quando tive chances, com Falcão, com Osmar (Loss) e com Dorival Júnior. Não fiquei no Inter porque não tive sequência. Mas não guardo mágoas, nem tenho arrependimentos. O que passou não dá para mudar. O que posso mudar é o meu presente e o meu futuro. E estou tentando fazer isso.
* ZH ESPORTES