Um talento das quadras europeias vai estar bem perto dos gaúchos em 2024. Aos 38 anos, Diego Cavinato foi anunciado com novo reforço do Guarany, da cidade de Espumoso, para a temporada. O ala catarinense atuou por 18 anos no Velho Continente antes de retornar ao Brasil.
O Guarany-ESP, que está reforçando o time para a temporada, foi eliminado nas oitavas de final do estadual de 2023 para a Assoeva, de Venâncio Aires.
Diego Cavinato jogou por 10 anos na Itália, no Augusta, no Asti e no Acqua e Sapone. Depois, se transferiu ao Sporting, onde permaneceu por 8 anos, até 2023. Ao todo, foram 25 títulos conquistados, entre eles, duas Champions League, uma Taça da Itália, seis Ligas Portuguesas e cinco Taças de Portugal. Além de convocações pela seleção italiana, foram 340 gols em 340 partidas no futsal português.
O jogador ainda era um dos principais atletas do Sporting quando teve o contrato rescindido em função de um caso de doping. Conforme informado pelo portal Record, de Portugal, Cavinato foi suspenso por três anos depois de ter positivado para a presença de "oxandrolona", conforme atestou a Autoridade Nacional Antidopagem.
O ala admitiu ter usado um medicamento para acelerar o metabolismo, perder peso, e retornar mais rápido às quadras depois de ficar parado por conta de uma lesão. O reforço pode jogar o Gauchão porque o campeonato não tem vinculo com a Fifa.
Sobre esses e outros assuntos, Diego Cavinato falou em entrevista à GZH. Leia abaixo.
Como surgiu a oportunidade de atuar no Guarany, em Espumoso?
Eu joguei com o Daniel Ottoni, que é o preparador físico do Guarany atualmente. Conversa vem, conversa vem, ele perguntou se eu teria interesse de ir. Me interessou o projeto e tudo que envolve a cidade. Foi interessante para mim e minha família.
E como foi essa ida para a Europa?
Eu saí em 2006, depois de ter jogado no Tapejara, do Rio Grande do Sul, em 2006. Tive um convite para jogar no futsal italiano, onde fiquei 10 anos. Depois, me transferi para o futsal português, onde fiquei oito temporadas. E agora regresso aqui para o Brasil, mais experiente, com uma família por trás. Saí daqui moleque.
Tem muita diferença entre o futsal europeu e o futsal brasileiro?
Eu saí muito cedo, mas, acompanhando várias partidas da Liga e algumas do Gauchão, eu acho que uma das principais diferenças do futsal brasileiro e do Europeu é a parte tática. Nesses times por onde passei, a parte tática era muito trabalhada, muito cuidada. Desde quando eu saí, o futsal mudou muito também. Antigamente, era mais bonito de ver. Hoje, é mais força, tem pouca técnica.
No que você pode agregar ao time do Guarany-ESP?
Acho que posso agregar minha experiência. Tive uma experiência de muitos anos fora, de muitos títulos. Sou um jogador que sempre me adapto a todas as circunstâncias. Vai ser um começo difícil. Não vai ser fácil depois de tanto tempo fora. A comissão técnica, a diretoria, toda a diretoria pode esperar. Vou tentar contribuir do melhor jeito. Mesmo sendo um ala, todos os clubes em que eu passei tive a característica de fazer gol. Tenho mais gols do que jogos em todas as equipes pelas quais passei. Espero contribuir e ajudar a chegar o mais longe possível.
Por que você decidiu se naturalizar italiano?
Um dos países que me abriu as portas foi a Itália. Se eu for ver, sou mais italiano que brasileiro, por ter jogado mais tempo na Europa que no Brasil. Meu filhos são de lá. Acho que pelo motivo de a Itália ter aberto as portas para mim. Era uma contribuição que eu podia dar por tudo que eles fizeram por mim.
O que você tem a dizer sobre o caso de doping?
Na verdade, eu esclareci várias e várias vezes. Não tenho nada a esconder. Foi uma coisa que fiz na inocência. Tomei uma remédio para acelerar o metabolismo, para emagrecer mais rápido. Eu não sabia que era doping. Em um jogo, caí no controle antidoping e deu positivo. Tenho a consciência limpa. Sei do meu feitio. Quem trabalhou comigo sabe. É um erro que cometi e já paguei por ele. As pessoas todas sabem. Agora é pensar mais para frente. Já sofri, minha família já sofreu. É um capítulo novo. Minha carreira está quase acabando, querendo ou não. Eu não quero deixar esse vacilo manchar o que construí.