A primeira Libertadores Feminina do Inter, até o momento, beira à perfeição. A última amostragem, em uma goleada por 5 a 0 sobre o Boca Juniors, atual vice-campeão, dá o tom do que o clube apresentou nesta primeira fase. Com 100% de aproveitamento no grupo considerado "da morte", diante de tantas camisas experientes, o time chega para às quartas de final em um novo patamar.
O que se viu em campo diante do Boca Juniors foi o espírito de uma equipe que quer sempre mais. Mesmo com a vaga assegurada de forma antecipada, não deixou de marcar alto, de brigar por cada bola, de seguir lutando pela liderança. O resultado disso foi placar de 3 a 0 consolidado com 25 minutos do primeiro tempo no Estádio Metropolitano de Techo.
— São resultados que nos dão confiança. Quando saiu o grupo, pelas equipes que entraram, foi natural tratar como grupo da morte. Mas a gente sabia que o grupo era da morte porque o Inter estava presente, porque o Inter é uma grande equipe. A gente precisava vir aqui e se provar. E eu acho que o time se provou. Nos classificamos em primeiro, que era o objetivo inicial, mas temos mais três partidas pela frente. Agora, o nossa objetivo é chegar nestes três jogos — avaliou o técnico Lucas Piccinato em entrevista a GZH no estádio.
O equilíbrio entre ataque e defesa é um dos principais pontos do desempenho. O time marcou 12 gols e sofreu apenas dois. Nas estatísticas gerais, o setor ofensivo só ficou atrás do Palmeiras e igualou a marca do Corinthians.
Neste quesito, três nomes em especial mostram como a força do elenco pode fazer a diferença. A artilharia do Inter na Libertadores tem Priscila e Letícia Monteiro, titulares absolutas, e Soll, que vem entrando ao longo das partidas, com três gol cada.
— Eu acho que o segredo é o comprometimento. Em determinado momento, a atleta vai ter que fazer uma função ou outra, e isso a gente trabalha nos treinos. Vem dando certo. É isso, o coletivo sempre ajudando no que for possível — apontou a atacante Soll.
— Todo mundo se dedicou 100% para a gente conquistar esse primeiro lugar. A palavra é agradecer, pelo trabalho de toda equipe e de todo o estafe. A gente fez acontecer. Estou muito feliz pelo momento, pelos gols — destacou Priscila.
O controle mental
Ao longo da preparação para esta Copa Libertadores, o aspecto mental sempre foi destacado por membros da comissão técnica e atletas. A intenção era amadurecer uma mentalidade vencedora.
O Inter que começou os primeiros minutos ansioso na estreia, diante do Nacional, foi o mesmo que soube sofrer e dar uma resposta rápida em duas oportunidades em que sofreu o empate contra o América de Cali. E o que quis buscar a liderança e o 100% até a última rodada.
— No primeiro jogo, a gente falou muito sobre ansiedade com o grupo. No segundo jogo, falamos sobre ter maturidade de enfrentar o estádio cheio em Cali. Hoje (quinta), era muito sobre consistência de manter o que a gente quer. E acho que no mata-mata entra um pouco de continuar na parte mental da melhor forma possível, porque é um jogo diferente. Um jogo que é eliminatório é um jogo que você não pode errar. Você não tem como voltar atrás — afirmou Lucas Piccinato, que completou sobre a preparação para as quartas:
— Estou sentindo um grupo muito intenso dentro do campo, mas muito inteligente para jogar as partidas. Sabendo os momentos certos de agredir. Sabendo os momentos certos de baixar linha, sabendo os momentos certo de viver cada momento, e a gente vai trabalhar muito nesse sentido.
Próximo compromisso
Para seguir escrevendo a sua história na Copa Libertadores Feminina, o Inter terá pela frente o Colo-Colo na fase de quartas de final. Sem tempo para comemorar, o Inter já deixará Bogotá nesta sexta-feira (13) com destino a Cali para seguir com a preparação.
O duelo, em jogo único, será disputado no domingo, com horário a ser confirmado pela Conmebol.
Números do Inter na primeira fase
- 3 jogos
- 3 vitórias
- 12 gols marcados
- 2 gols sofridos
- 100% de aproveitamento