Na contagem regressiva para o Mundial, a Seleção Brasileira Feminina vem de dois jogos na data Fifa de abril para os ajustes finais antes da estreia, marcada para o dia 24 de julho, contra o Panamá. Em confrontos contra equipes que estão no top 4 do ranking da Fifa, o Brasil saiu invicto.
Em 6 de abril, as comandadas da técnica Pia Sundhage tiveram um desafio dificílimo pela frente: as atuais campeãs da Euro. No Estádio de Wembley praticamente lotado, com mais de 83 mil torcedores, a Seleção Brasileira saiu perdendo, mas buscou o empate com a experiência de Andressa Alves, nos acréscimos da segunda etapa.
O 1 a 1 levou a decisão da Finalíssima aos pênaltis. E aí, repetiu-se o problema que eliminou o Brasil das Olimpíadas. Tamires e Rafaelle desperdiçaram, e a Seleção Brasileira perdeu por 4 a 2 nas penalidades. Mesmo com o tropeço, a apresentação, especialmente no segundo tempo, agradou e foi levada como trunfo para o confronto a seguir.
— Estamos nos tornando uma Seleção, apesar de nova, bem madura. Antigamente, a gente sofria um pouquinho quando saíamos atrás do placar e, hoje, conseguimos ter um psicológico preparado para, nos acréscimos, buscar esse empate dentro da casa delas com estádio lotado. Acho que isso só nos fortalece mais para entendermos que estamos no caminho certo. Falta pouco para conquistarmos esse Mundial — afirmou a goleira Lelê, após a Finalíssima.
Posteriormente, mais um duelo em nível de Copa do Mundo. No Estádio Max Morlock, em Nuremberg, o Brasil buscou uma vitória consistente diante da Alemanha e de mais de 32 mil torcedores. Adotando uma postura mais ofensiva em relação ao confronto anterior, a Seleção Brasileira abriu 2 a 0, com Tamires e Ary Borges, administrou a vantagem e, nos acréscimos sofreu um gol das atuais vice-líderes do ranking mundial: 2 a 1.
O duelo foi o último pela data Fifa de abril e, possivelmente, o derradeiro para a Copa do Mundo. Há, ainda, a expectativa de um último amistoso em solo brasileiro, mas a CBF ainda não confirma mais informações. Além da vitória, a expectativa é de que a postura brasileira também se repita na Austrália e na Nova Zelândia.
— Saímos com pensamento positivo de que chegamos fortes para a Copa do Mundo. Ganhar de uma seleção como a Alemanha faz com que as pessoas voltem a olhar para o Brasil com um respeito muito maior — apontou a meia Ary Borges após o triunfo.
A 100 dias da Copa do Mundo, a técnica Pia Sundhage também já conseguiu implantar uma renovação na Seleção Brasileira. Nomes renomados como Formiga e Cristiane deram lugar a atletas que ainda estão se consolidando com a camisa canarinho, como as zagueiras Tarciane e Lauren e a lateral Bruninha, por exemplo.
Por outro lado, o Brasil também passa por um período de indefinições por conta de lesões. A goleira Lorena precisou passar por uma cirurgia para reconstruir o ligamento do joelho e está fora da Copa do Mundo. A situação é similar à da atacante Ludmila, que também não viajará para Austrália e Nova Zelândia. Além delas, há uma extensa lista de atletas no departamento médico se recuperando de lesões para ficarem à disposição para o Mundial.
GZH destaca tudo que você precisa saber sobre a Seleção Brasileira a 100 dias da Copa do Mundo.
Baixas de última hora
Um dos principais fatores em relação à montagem da lista final está ligado aos problemas médicos. Em comparação ao grupo que conquistou a Copa América, em julho de 2022, são oito baixas, atualmente. Neste número, estão inclusas atletas que não terão chance de disputar o Mundial.
Nas últimas semanas, a técnica Pia Sundhage perdeu nomes importantes e com status de titulares. Situação de Lorena, goleira do Grêmio, que vinha sendo a dona da posição. Ela sofreu uma lesão ligamentar no joelho esquerdo e precisou ser cotada. Também pelo mesmo diagnóstico, no joelho direito, atacante Ludmila, do Atlético de Madrid, está fora da competição.
Dentro deste cenário, nesta convocação foram necessárias três trocas: Marta, Duda Sampaio e Nycole, com situações de ordem médica, precisaram ser substituídas por Duda Santos, Luana Bertolucci e Andressa Alves, respectivamente. Além disso, a zagueira Tainara e a atacante Debinha sequer foram chamadas, pois estão em recuperação em seus clubes. No entanto, conforme a própria Seleção, são situações que não geram maior preocupação para o Mundial.
Nesta relação, também é necessário acrescentar Angelina. A meio-campista do OL Reign, dos Estados Unidos, sofreu uma lesão de ruptura total do ligamento cruzado anterior e menisco lateral do joelho direito na disputa da final da Copa América. Neste momento, ela segue em recuperação no clube, já na fase de transição. No entanto, ainda não há uma data exata para o seu retorno.
Renovação do grupo
Desde a chegada da treinadora sueca, o Brasil iniciou um processo de renovação do grupo. Sem nomes como Formiga, Cristiane e Barbara, Marta é uma das únicas remanescentes com maior tempo de Seleção.
As mudanças deste novo ciclo ficaram mais presentes, por exemplo, no título da Copa América. Na ocasião, das 24 convocadas, 18 estavam fazendo sua estreia no torneio. Além disso, 11 nunca haviam participado de uma competição oficial pela seleção principal.
A Copa América também foi a primeira competição de grande expressão sem uma das grandes referências, já que Marta ficou de fora por uma lesão de ligamento cruzado anterior no joelho esquerdo.