As atenções da coletiva do técnico Tite, após a vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai pelas Eliminatórias, concentraram-se na crise institucional que a CBF atravessa. Apesar do aproveitamento histórico na classificatória, igualando João Saldanha em 1969 com seis vitórias em seis jogos, o treinador gaúcho teve de responder a vários questionamentos sobre o momento fora de campo.
— Temos posições (políticas), mas temos a grandeza do momento. Talvez no momento particular seja melhor de externar. Mas agora não. Agora tem um trabalho e um grupo que é muito importante — explicou Tite, negando que tenha considerado pedir para sair do cargo enquanto o presidente da CBF Rogério Caboclo não tinha sido afastado e exercia pressão:
— Não sou hipócrita nem alienado, sei que as coisas acontecem. Mas sei dar prioridade ao meu trabalho e à dignidade do meu trabalho.
Dentro de campo a atuação no Defensores Del Chaco convenceu. Tite pediu para comemorar a vitória e os números dele no comando da equipe em Eliminatórias: são 18 jogos e nenhuma derrota desde a fase classificatória da Copa de 2018. O triunfo sobre o Paraguai não acontecia desde 1985 nesta competição.
— Pelo grau de dificuldade histórico e dos enfrentamentos. O fato de ter saído na frente nos deu uma condição de administrar o jogo, de fazer ele sair de forma mais fluída. Aí a pressão ficou do lado de lá. Fizemos um jogo com parâmetro bom — analisou.
O manifesto
O coordenador da CBF e ex-jogador Juninho Paulista foi quem comentou o manifesto divulgado pelos jogadores nas redes sociais. Ainda que Marquinhos estivesse presente na coletiva, coube ao dirigente entrar no assunto.
— O foco principal é sempre Copa do Mundo, e as Eliminatórias já são Copa. Estou aqui para reiterar o manifesto dos atletas, que nos representa. Não é só dos jogadores e comissão, mas da delegação com todos profissionais que trabalham com afinco para que a CBF dê as melhores condições de trabalho — ressaltou, garantindo que a entidade está satisfeita com o elenco.