O Brasil passou trabalho, mas venceu o Peru por 4 a 2, de virada, na noite de terça-feira (13), no Estádio Nacional, em Lima. Com o resultado, a Seleção Brasileira segue com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022 e mantém a liderança, com os mesmos seis pontos da Argentina, mas melhor saldo de gols (sete a dois).
Depois do jogo, o técnico Tite exaltou a equipe após a vitória, considerada difícil, contra um adversário que tem feito jogos duros contra a Seleção Brasileira.
— Jogar contra o Peru o grau de dificuldade é muito grande. O histórico tem mostrado isso. Ainda mais com a pressão de sair com resultado negativo. Nos dois momentos que estávamos melhores tomamos os gols — falou o treinador, que chegou ao seu 50º jogo pela Seleção nesta terça.
O histórico ao qual Tite se referiu diz respeito à derrota contra o Peru em amistoso disputado em setembro de 2019, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Na ocasião, foi uma das poucas derrotas do treinador à frente da Seleção Brasileira. As outras foram contra Argentina (duas vezes) e para a Bélgica, nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia.
Quanto ao jogo desta terça, pela segunda rodada das Eliminatórias, o grande protagonista foi Neymar. Ele marcou três vezes e tornou-se o segundo maior goleador da história da Seleção, com 64 gols. Assim, ele fica atrás apenas de Pelé, que balançou as redes 77 vezes. Na coletiva pós-jogo, Tite não poupou elogios ao camisa 10:
— Neymar é um jogador que a gente procura trazer e dar bola no setor mais importante do gramado, próximo aos volantes adversários. Ele é criativo, tem a finta, o drible, e não é para malabarismo, é para ir para o gol, para desequilibrar. É assim que nós vemos ele.
Questionado se Neymar já estaria abaixo apenas de Pelé na história dos jogadores brasileiros, esquivou-se.
— Não tenho condição de precisar isso. Cada momento histórico da Seleção, cada geração, tem seus valores. O Ronaldo Fenômeno era extraordinário, o Rivaldo, o Romário, o Bebeto também eram. O que posso dizer é que o Neymar é imprevisível, que tem a finalização, os gols e as assistências, e vem mostrando um grau de maturidade cada vez maior — destacou Tite.
O técnico ainda explicou a escolha por Richarlison no lugar de Everton Cebolinha no começo do jogo, aberto pela direita do ataque.
— Richarlison é jogador terminal, te dá possibilidade da bola de fundo, da abertura e ter aquilo que teve no primeiro tempo, de inversão, de bola de profundidade. Ele é o jogador da última bola, que trabalha na linha do adversário. Everton entrou bem e foi treinado. Fizemos um trabalho para dar mais naturalidade para ele trabalhar na direita também, mas ele é mais da esquerda — disse o comandante da Seleção Brasileira.