Os gramados do México tiveram na Copa do Mundo de 1970 um dos maiores times da história com a Seleção tricampeã mundial naquele ano. Everaldo, Carlos Alberto Torres, Jairzinho, Rivelino, Pelé e Tostão fizeram parte de um time que revolucionou o futebol. Ex-jogador do Brasil e do Cruzeiro, Tostão conversou com o Sala de Redação nesta sexta-feira e relembrou detalhes da conquista que completa 50 anos. Para Tostão, Pelé já apresentava sinais de cansaço e quis fazer da Copa do Mundo sua despedida em alto nível.
— Aquela Seleção foi inovadora por isso, tinha uma preparação física espetacular, era um time organizado taticamente, com qualidade técnica. Por isso foi maravilhosa. Havia vários jogadores que tiveram que se superar. Esse ano, aquela conquista passou pela primeira vez na televisão. As pessoas mais novas viram o Pelé no melhor momento. No entanto, anos antes, ele começava a dar sinais de cansaço. Então, ele se preparou para a Copa como se fosse o último jogo da carreira dele, e assim foi. Queria se despedir da Seleção em alto nível — relembra.
Festa que parou Porto Alegre e uniu a dupla Gre-Nal: o retorno de Everaldo, campeão do mundo em 1970
Apesar dos elogios, Tostão prefere não dizer se aquele foi o melhor time do mundo em toda a história, mesmo com toda a qualidade de todos os jogadores presentes na Copa de 1970.
— Tem gente que fala que o melhor time foi o de 1958, com Pelé e Garrincha. Eu acho que na comparação individual a de 1958 pode até ser melhor, mas em termos de coletivo a de 1970 foi revolucionária para a época, jogando de um jeito que se joga atualmente. A de 1970 teve essa mística, passou na TV pela primeira vez, ao vivo. Uma série de coisas emocionais que acaba sendo festejada como a maior de todas, mas não sei se foi a melhor — contou.
O ex-jogador também relembrou sua trajetória antes da Copa, quando quase ficou de fora da disputa em virtude de uma lesão no olho.
— Quase não fui a Copa pelo problema no olho, tive preparação especial, fui barrado no começo pelo Zagallo, ele achava que eu era o reserva do Pelé. Superamos um bocado de coisas. Foi uma série de superações individuais. Antes do Saldanha, eu era o reserva do Pelé, quando comecei na Seleção. Eu achava que eu podia jogar do lado dele, o Saldanha me botou ao lado do Pelé. O Zagallo queria um centroavante clássico para jogar dentro da área, por isso me tirou do time. Quando chegou próximo da Copa, ele percebeu que eu poderia jogar por ali. Falei para ele que não tinha problema, que eu jogaria na frente — finalizou.