A reprise de jogos da Copa de 1982 pelo Sportv proporcionou a muitos brasileiros a possibilidade de ver em ação a Seleção Brasileira comandada por Telê Santana que encantou o mundo, mas voltou para casa sem a taça. Um dos principais nomes daquele time, Paulo Roberto Falcão revelou em entrevista à Rádio Gaúcha na noite desta segunda-feira (20) que se emocionou a rever os jogos daquele Mundial disputado na Espanha há 38 anos.
— Chegava a levantar a perna chutando aqui do meu sofá. Ver aquele time saindo jogando de primeira era emocionante. Consegui me emocionar de novo vendo aquela seleção de 1982 — revelou Falcão ao falar sobre o sentimento de rever os jogos da Copa.
O ex-jogador do Inter ressaltou a qualidade do time do Brasil e citou a característica que a equipe tinha de tocar a bola de forma rápida.
— Aquela seleção era uma equipe em que ninguém dava mais de dois toques. Era dominar e tocar. Você não precisa driblar. O melhor drible é dominar e tocar, fizemos muitos gols assim. Era um time que tinha muita qualidade. Os dois laterais, Leandro e Júnior, poderiam tranquilamente jogar de meia, o Júnior até jogou — completou.
Depois de 38 anos da derrota por 3 a 2 para a Itália que eliminou a Seleção Brasileira, Falcão segue acreditando que valeu a pena jogar daquela forma ofensiva mesmo que a taça não tenha vindo para o Brasil.
— Quando eu reuni todos os jogadores de 1982 para o livro "o time que perdeu a Copa e conquistou o mundo", eu perguntei para cada um daquele grupo por que a gente perdeu. Cada um deu a sua opinião, alguns falando que deveria ter fechado mais, outros que erramos demais naquele jogo. Eu respondi que discordava. Eu penso que nós não perdemos, nós ganhamos o respeito do mundo — finalizou.
Autor de três gols, Falcão recebeu o prêmio da Fifa de Bola de Prata, como segundo melhor jogador do Mundial de 1982. Ele ficou atrás apenas do italiano Paolo Rossi, artilheiro da competição, com seis gols, e campeão com a Azzurra.