França e Croácia decidirão a Copa do Mundo neste domingo (15), às 12h (horário de Brasília), em Moscou. Pela primeira vez, os croatas chegam a uma decisão de Mundial. Já os franceses, em sua terceira final, buscam seu segundo título na competição — o primeiro foi conquistado em 1998.
A classificação da França ocorreu nesta terça-feira (10), após vitória por 1 a 0 sobre a Bélgica, em São Petersburgo. Já os croatas eliminaram a Inglaterra, na prorrogação, por 2 a 1, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar.
Veja cinco motivos para não perder este jogo:
1) Duas seleções invictas
A França chega à final da Copa sem derrotas. Foram duas vitórias na fase de grupos, contra Austrália e Peru, e um empate, diante da Dinamarca. No mata-mata, desclassificou Argentina, Uruguai e Bélgica, sempre no tempo normal. Chega à decisão com 10 gols feitos e quatro sofridos.
Os croatas têm campanha ainda melhor do que os adversários franceses. Bateu na primeira fase Nigéria, Argentina e Islândia. Depois, deixou pelo caminho a Dinamarca, nos pênaltis, a Rússia, também nas penalidades, e a Inglaterra, ao vencer os ingleses por 2 a 1 na prorrogação. Soma 12 gols marcados — o segundo ataque mais eficiente da Copa, atrás apenas da Bélgica — e cinco sofridos.
2) Tem Modric em campo....
Com o Real Madrid, onde chegou em 2012 vindo do Tottenham por mais de 40 milhões de euros, ganhou quatro Ligas dos Campeões nas últimas cinco temporadas, o que o coloca entre um dos melhores jogadores croatas de todos os tempos, ao lado do artilheiro Davor Suker, semifinalista na Copa da França, em 1998, e atual presidente da federação croata. No ano passado, Modric ficou com o quinto lugar no prêmio, vencido por Cristiano Ronaldo, ex-companheiro de equipe no Real. Capitão, camisa 10 e com toque refinado. No campo, poucos discutem o talento de Luka Modric na Copa do Mundo. É inteligente e brilhante, capaz de mudar o destino de uma partida com um só passe em profundidade. Por tudo isso é candidato a craque do Mundial.
3) ...e também Mbappé
A ascensão rápida de Mbappé é um dos seus atributos. Na Copa passada, enquanto a França era eliminada nas quartas de final pela Alemanha, o atacante tinha 15 anos e atuava nas categorias de base do Mônaco — no ano anterior, havia trocado o pequeno Bondy, de sua cidade natal, com a esperança de se formar em um grande clube nacional. Hoje, aos 19 anos, é um astro do Paris Saint-Germain e o principal nome da França na caminhada até a final da Copa do Mundo.
O Mundial de Mbappé começou bem, mas discreto. Com a camisa 10 que um dia foi de Zidane, o jogador marcou um gol na fase de grupos. Titular nas duas primeiras partidas, contra Austrália e Peru — em que marcou o gol da vitória —, foi poupado no jogo contra a Dinamarca e só entrou no segundo tempo. O grande jogo viria nas oitavas de final. Na partida histórica contra a Argentina fez dois gols e criou as jogadas que determinaram a vitória por 4 a 3 e a passagem para enfrentar o Uruguai nas quartas de final. Foi bem na duas partidas seguintes, credenciando-se para ser escolhido o craque do Mundial.
4) Haverá fôlego?
Pela primeira vez na história das Copas, uma seleção superou três prorrogações no caminho até a decisão. Na prática, a Croácia disputou uma partida a mais do que a França. Nos dois primeiros confrontos do mata-mata, o time de Modric ainda teve de enfrentar o drama dos pênaltis. Nas oitavas de final, após empate de 1 a 1 no tempo normal e uma prorrogação sem gols, brilhou a estrela do goleiro Subasic, que defendeu três cobranças da Dinamarca: 3 a 1. Nas quartas de final, os croatas empataram em 2 a 2 com os russos. Nos pênaltis, Subasic defendeu mais uma cobrança na vitória por 4 a 3. Somando tempo normal, acréscimos e prorrogação nas seis partidas até agora, a Croácia jogou 104 minutos a mais do que a França
5) Um trauma a ser superado
Foi da cabeça de Samuel Umtiti que saiu o gol da classificação da França para a final da Copa do Mundo. O zagueiro foi um dos melhores em campo contra a Bélgica e fez o gol logo no início da segunda etapa. Com 1m83cm, Umtiti superou no alto o belga Fellaini, de 1m94cm, após receber o passe de Griezmann. Agora a França precisará superar o trauma da Eurocopa de 2016, quando perdeu para Portugal na grande decisão.
— Nós não vencemos a final da Euro, ficamos perto, e agora estava no meu coração chegar a uma final da Copa. Espero que seja diferente desta vez — disse Umtiti após jogo contra os belgas.