Poucos sorrisos, muitas camisetas pretas, apoio de torcedores e abraços demorados. Assim foi a despedida do primeiro grupo de jogadores da Seleção Brasileira. Alisson, Cássio, Ederson, Thiago Silva, Marquinhos, Paulinho, Willian, Firmino, Filipe Luís, Renato Augusto, Fernandinho e Taffarel deixaram o Mirage Hotel, em Kazan, às 14h30min, 8h30min de Brasília em três caminhonetas, em direção ao aeroporto.
Alisson e Taffarel foram os primeiros a aparecerem na saída lateral do hotel. O goleiro, de óculos escuros, acomodou sua bagagem e seu violão no porta-malas de uma das caminhonetas cedidas pela Fifa e sentou-se no parapeito de um canteiro ao lado de Taffarel. Por cerca de cinco minutos, conversaram fitando o chão. Taffarel, por vezes, meneava a cabeça e passava a mão sobre ela, como se não aceitasse algo.
Logo em seguida, outros jogadores começaram a descer com suas bagagens. Renato Augusto se sentou ao lado dos dois gaúchos. Firmino e Filipe Luís chegaram juntos. Nenhum sorriso era esboçado. Os cerca de 50 torcedores postados em meio aos jornalistas no gradil que isolava o local entoaram os cânticos que marcaram a trajetória do Brasil nesta Copa e gritaram palavras de apoio.
– Valeu, Firmino, único nordestino nesta Seleção. Tem mais duas Copas pela frente – disse um.
– Parabéns, Felipe, jogou muito. Cabeça erguida – apoiou outro.
Thiago Silva, com um boné enfiado na cabeça e de óculos escuros, foi saudado como capitão, Paulinho, parabenizado pelo esforço. As palavras de apoio eram retribuídas com acenos discretos ou sinais de positivo.
Pouco antes de os carros arrancarem, Edu Gaspar, diretor de seleções da CBF, veio se despedir dos jogadores. Deu um abraço demorado em cada um e disse rápidas palavras. Voltou para dentro do hotel e nem viu os carros arrancarem sob aplausos descompassados que quebravam o silêncio. E davam um clima de velório ao momento.