
Estamos prestes a completar 190 anos da Revolução Farroupilha. Lá em setembro de 1835, indignados com os altos impostos cobrados pela Coroa, que diminuíam a capacidade de concorrência dos produtos locais, especialmente o charque.
Um grupo de gaúchos, então, insurgiu-se contra o governo imperial, sediado no Rio de Janeiro, e iniciou um longa guerra que duraria 10 anos.
Quase dois séculos depois, o Rio Grande do Sul volta a estar só contra o Brasil. Mas agora por motivos bem mais leves e nada belicosos. É só futebol e no Campeonato Brasileiro.
Quase três décadas de seca
Competição que não vencemos há 29 anos. E que na chamada "Era dos Pontos Corridos" (2003 para cá), nunca levantamos a taça.
O peso em 2025 é ainda maior: Grêmio, Inter e Juventude serão os únicos times do Sul do país na competição. Nenhum paranaense ou catarinense para duelarmos em clássicos regionais ou para poucas distâncias percorridas.
Cada um dos nossos representantes fará 34 jogos contra 17 adversários de Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Pernambuco. Metade das partidas, longe de casa.
Distâncias a serem percorridas pelos gaúchos (ida e volta) *
Grêmio e Inter: 38.388 kms
Juventude: 35.706 kms
*As distâncias são rodoviárias. Em muitos casos, o Juventude precisa utilizar o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, para deslocamentos. E isto, aumenta a distância em pelo menos 230 quilômetros por vez.
De 18 para apenas três
O Brasileirão foi criado pela então CBD — Confederação Brasileira de Desportos — em 1971. Na primeira edição, a dupla Gre-Nal esteve presente junto do Coritiba, representando o Paraná. Eram 20 times de oito Estados.
A organização foi "inchando" a disputa e fez com que o Campeonato Brasileiro chegasse a inacreditáveis 94 clubes em 1979, sendo 18 dos três Estados do Sul.

Brasileirão de 1979
94 participantes — 18 da Região Sul
Rio Grande do Sul (7): Brasil de Pelotas, Caxias, Grêmio, Inter, Juventude, Novo Hamburgo e São Paulo de Rio Grande.
Paraná (6): Athletico-PR, Colorado, Coritiba, Londrina, Maringá e Operário-PG.
Santa Catarina (5): Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense e Joinville.
Presença constante
A presença dos times sulistas no Campeonato Brasileiro sempre foi rotineira.
Ainda antes de 1971, quando a disputa se chamava Taça Brasil ou Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, entre 1959 e 1970, o Rio Grande do Sul nunca se ausentou.
E sempre teve a companhia de um paranaense ou um catarinense. A exceção foi em 1990 e que em 2025 se repete: só gaúchos na elite do futebol nacional.
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