O GloboEsporte.com publicou, nesta terça-feira (29), informações sobre uma reunião realizada pelos integrantes das Séries A e B do Brasileirão, nesta segunda (28), em São Paulo, para avançar na ideia da criação de uma liga nacional. De acordo com a reportagem, representantes de 40 clubes — 36 de forma presencial e quatro por vídeo — ouviram propostas de três empresas interessadas em tocar o projeto.
Um dos grupos é liderado pelo advogado Flávio Zveiter, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e Ricardo Fort, ex-executivo da Coca-Cola e Visa. O outro é coordenado pela consultoria KPMG, enquanto o terceiro é organizado pela empresa Livemode.
Há duas semanas, os dirigentes já haviam formalizado à CBF a intenção de organizar de forma separada as duas primeiras divisões do Campeonato Brasileiro, assim como ocorre nas principais ligas europeias. Caberia à entidade nacional a administração da Seleção Brasileira, além das Séries C e D e Copa do Brasil.
A matéria assinada pelos jornalistas Martín Fernandez e Rodrigo Capelo apresenta detalhes dos dois primeiros projetos. A empresa capitaneada por Zveiter propõe a abertura de uma sociedade anônima, em que todos os clubes se tornariam sócios. Além disso, pretende alterar o calendário, com jogos sendo disputados somente aos finais de semana, e o número de rebaixados sendo reduzidos de quatro para três — com a realização de um play-off entre o 18º da Série A e o terceiro colocado da Série B. Com isso, campeonatos estaduais deveriam ser disputados por equipes sub-20.
Além disso, promete captar junto a investidores valores na casa dos 750 milhões de dólares (cerca de R$ 3,7 bilhões). Deste montante, 81,5% seria distribuído entre os integrantes da Série A, restando 18,5% para a B. A partir disso, a verba de televisionamento seria dividida da seguinte forma: metade condicionada à posição na tabela de classificação e a outra metade distribuída de forma igualitária. Com relação ao pay-per-view, 70% respeitaria à quantidade de assinantes e 30% divididos em igualdade. Com relação à transmissão internacional, 40% repartido entre todos, 30% estaria condicionado aos posicionamentos na tabela e outros 30% de acordo com a popularidade de cada clube a ser apontada por uma pesquisa.
Já a KPMG apresentou como proposta a formação de um consórcio que duraria de 20 a 30 anos, onde os clubes dividiram direitos e deveres. A promessa é de arrecadar entre R$ 1,5 a 3 bilhões, sem mexer no atual formato da competição. A empresa preferiu não discutir de que forma a divisão do dinheiro se dará.
Em ambos os casos, os clubes teriam como vantagem o recebimento imediato destas cifras para o pagamento de dívidas. No entanto, perderiam receitas futuras, que seriam redirecionadas aos investidores.