Como atleta, Bolívar viveu o ápice de sua carreira ao erguer a taça de campeão da Libertadores, pelo Inter, em 2010. Agora, em outra fase da vida, se prepara para o maior desafio da trajetória como treinador. Anunciado como substituto de Rogério Zimmermann no Brasil-Pel, ele aproveita os últimos dias em Porto Alegre, onde atendeu a reportagem de GaúchaZH.
Neste sábado (13), Bolívar assiste a seus futuros comandados diante do Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, pela 10ª rodada da Série B. No dia seguinte, embarca rumo à zona sul do Estado. A partir de segunda-feira, clube e treinador iniciam um novo ciclo em suas histórias. O Bento Freitas conhecerá a nova face do ex-zagueiro colorado e o comandante subirá "alguns degraus", como ele mesmo define.
Como surgiu o convite do Brasil-Pel?
— Eu estava no Cianorte-PR, nos mata-matas contra o Caxias (oitavas de final da Série D). O Fernando Carvalho (ex-presidente colorado que atua como um investidor no clube paranaense) já tinha comentado comigo a possibilidade de, quando acabasse o campeonato, um outro clube me procurar. O presidente Ricardo Fonseca (do Brasil-Pel) ligou para ele, perguntando sobre o meu trabalho e se eu aceitaria o convite e ele passou as melhores informações possíveis, por me conhecer, conhecer o meu trabalho. Então, fomos eliminados pelo Caxias e nos reunimos ontem (quarta-feira).
Você vinha acompanhando os jogos do Brasil-Pel na Série B?
— Acompanhei o Brasil-Pel na época do Gauchão, quando eu estava no Novo Hamburgo. Claro que, quando você está envolvido no seu trabalho como eu estava, não acompanha muito. Mas a partir de ontem (quarta), estou assistindo aos últimos cinco jogos do Brasil-Pel na Série B, que o nosso analista de desempenho me passou.
Terá indicação de reforços ao Xavante, alguns jogadores que trabalharam com você no Cianorte?
Primeiramente, pretendo chegar lá. O Brasil-Pel já tem um elenco e preciso respeitar isso. Vou ver os jogadores, as características deles. E, pela maneira que gosto de atuar, que é diferente dos outros técnicos que passaram por lá, se eu achar que precisa de um jogador pontual para a devida posição, se dentro do meu sistema precisar, posso indicar alguém.
O Clemer, que foi seu companheiro na época de Inter, treinou o Brasil-Pel há algum tempo. Pretende conversar com ele e pedir algumas dicas?
Já conversei. O Clemer teve uma linda passagem por lá, chegando à final do Campeonato Gaúcho, e conhece muito bem o Brasil-Pel. É um cara que tenho uma admiração e carinho, pela pessoa e profissional que é. Ele me passou informações muito importantes.
O Brasil-Pel esteve na zona de rebaixamento recentemente, mas melhorou o posicionamento nas últimas rodadas. Qual será o seu objetivo no Bento Freitas?
Conversamos ontem (quarta) na reunião. O próprio clube entende que a permanência na Série B é muito importante para os torcedores e para a cidade. Claro que, daqui a pouco, se tiver uma continuidade e chegar perto do acesso, não custa sonhar. Mas primeiro é manter o Brasil-Pel na Série B. É o que o clube quer e nós vamos trabalhar para avançar nestes objetivos.
Você começou a carreira de treinador no ano passado. Este é o seu quinto clube na carreira, né?
Sim. Comecei no União de Rondonópolis, onde disputamos o Campeonato do Mato Grosso. Depois trabalhei no Barra, de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Tivemos a passagem pelo Novo Hamburgo, no Gauchão, com aqueles confrontos interessantes contra o Inter. E por último, estava no Cianorte, onde ficamos a um jogo do acesso (para a Série C). Agora, vamos subir mais um degrau na carreira. Ou melhor, alguns degraus.
O Patrício (ex-lateral do Grêmio) é o seu auxiliar técnico. Qual a importância dele?
É um fiel escudeiro, um braço direito. O auxiliar é muito importante nesse processo. Nem sempre as decisões são as mesmas, então debatemos sobre a equipe e jogadores. Tenho uma característica muito forte que é a gestão de grupo, e o Patrício também se relaciona muito bem com os jogadores. Às vezes, não preciso falar nada, ele vai lá e fala com os jogadores. Então, tenho certeza que ele é uma figura fundamental para o nosso trabalho.