O sofrimento do São Paulo no Campeonato Brasileiro está passando. Tem sido no peito, na raça, no apoio da torcida na maioria das vezes. Neste sábado, contra o Atlético-GO, foi no peito de Hernanes. Sim, o multifuncional meia utilizou o peito para fazer o gol da vitória que trouxe alívio e felicidade aos milhares de são-paulinos presentes no Serra Dourada. A vitória por 1 a 0 fez o Tricolor chegar a 43 pontos, abrir oito da zona do rebaixamento e atingir a nona colocação do campeonato.
O resultado foi muito mais interessante do que a atuação do São Paulo. Foi a primeira vez no campeonato que o time conseguiu três vitórias consecutivas. A sequência representa a boa fase de um time cada vez mais ciente do que precisa fazer em campo e que tem recuperado a confiança. É algo fundamental para uma recuperação e, por que não?, sonhar com voos maiores. Nas contas do grupo, são mais quatro pontos para garantir permanência na Série A. Faltam seis rodadas. É possível, para se ter ideia, que haja G9 para vaga na Libertadores.
Mas calma. Contra o lanterna da competição, com próprios jogadores já confirmando a Série B, o importante era confirmar a retomada. O time de Dorival Júnior se impôs no início de jogo, embalado pelo apoio massivo em Goiânia. A bola passou muito pelos pés de Cueva, articulador da jogada do gol. Aos 21 minutos do primeiro tempo. Ele serviu Petros livre na intermediária. O volante foi ainda melhor e passou a Pratto dentro da área. Altruísta, o centroavante fez o cruzamento e encontrou o peito estufado do Profeta: 1 a 0, novo gol de Hernanes no Brasileiro, artilheiro do time na competição.
Foi o suficiente para o São Paulo desacelerar o jogo e controlar as ações tocando a bola. No intervalo, Hernanes reclamou de um forte calor. O ritmo mais baixo do Tricolor, e até dos goianos, era notável. Talvez porque mesmo após se adequar às recomendações da Fifa sobre medidas de campo o Serra Dourada ainda traga a impressão de que a bola nunca sai.
No segundo tempo, o Tricolor diminuiu ainda mais o ritmo, trocando passes e, vez ou outra, esticando a bola para Pratto. Em uma dessas, com belo passe do Profeta, o argentino teve a chance de decidir, bateu colocado, a bola desviou na zaga e passou perto. Só escanteio.
Do lado do Atlético, o técnico João Paulo Sanches tentou reanimar o time com trocas, orientações à beira do campo, tirou até Walter, o polêmico craque do time. Não deu. Sem inspiração e muito mais vontade do que técnica, parece iminente a queda do time.
Já o São Paulo de Dorival, depois de tanto sofrimento, desfruta de sua melhor fase no campeonato. A zona do rebaixamento já não assusta tanto e abriu-se a possibilidade de sonhar. Na quinta-feira, o time recebe a Chapecoense no Pacaembu, onde tem 100% de aproveitamento, e com uma vitória entra definitivamente na briga por Copa Libertadores. Não seria nada mal para um ano que poderia terminar em tragédia.