Ney Franco não é mais técnico do São Paulo. Na tarde desta sexta-feira, a diretoria comunicou o treinador da saída. Exatamente no dia que completaria um ano no Morumbi, o técnico deixa o clube após 79 jogos - com 41 vitórias, 22 derrotas e 16 empates. O desempenho é de 58,6%.
Os fracassos recentes e as críticas por parte da torcida fizeram com que os dirigentes tomassem a atitude. O auxiliar técnico Milton Cruz comanda o São Paulo no clássico deste domingo, diante do Santos, às 16h, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
A pressão da maior parte da diretoria sobre o presidente Juvenal Juvêncio pela demissão do treinador existia desde a má campanha na fase de grupos da Libertadores. A derrota para o Corinthians no primeiro jogo da Recopa Sul-Americana, no Morumbi, e as declarações de Ney Franco após a partida, ao partilhar a culpa do fracasso com os atletas, tornaram a manutenção insustentável.
Contratado em julho de 2013, o treinador assumiu a equipe após a demissão de Emerson Leão. Ney implementou na equipe o sistema 4-2-3-1, com Lucas e Osvaldo pelas pontas e Luis Fabiano centralizado. O esquema levou o time ao título inédito da Recopa Sul-Americana e à melhor campanha no segundo turno do Campeonato Brasileiro.
Na temporada passada, o comandante deixou rusgas no elenco, principalmente por conta da forma de trabalho, distante dos jogadores no dia a dia de treinos. Contra a LDU de Loja (ECU), pelas oitavas de final do torneio internacional, o goleiro Rogério Ceni e o técnico discutiram em razão de uma alteração.
Já nessa temporada, com a negociação do meia-atacante Lucas ao Paris Saint-Germain (FRA), o treinador encontrou dificuldades para manter o esquema e o bom rendimento da equipe em campo. Ney também teve problemas com Paulo Henrique Ganso e Lúcio, dois ícones da equipe.
O primeiro ficou irritado com a substituição no clássico diante do Palmeiras, no Campeonato Estadual. Já o zagueiro pentacampeão reclamou após alteração no jogo diante do Arsenal de Sarandí (ARG), na quarta rodada do Grupo 3 da Copa Libertadores e foi ao ônibus antes de todos os companheiros.
Com aval do diretor de futebol do clube, Adalberto Baptista, o treinador foi mantido após as eliminações no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores. Contudo, na quarta rodada do Brasileirão, a equipe foi desbancada pelo Goiás, em casa. A torcida fez pressão e entoou vaias e cânticos em referência ao Muricy Ramalho.
No último jogo, derrota por 2 a 1 para o Corinthians, no Morumbi, em partida válida pela Recopa Sul-Americana. As declarações pós-jogo irritaram a cúpula são-paulina, que pediram a demissão imediata.