Presidente do Botafogo decreta: "Devolução do Engenhão não passa pela nossa cabeça"

No dia seguinte a reunião realizada em General Severiano, entre representantes dos poderes do clube, onde ficou acordado a suspensão do custeio do Engenhão, o presidente Mauricio Assumpção concedeu uma entrevista coletiva para esclarecer algumas questões. E ele deixou claro que a ideia de devolver o estádio à prefeitura foi completamente rechaçada pelo Botafogo.

- O entendimento foi de que a devolução não passa na cabeça do Botafogo. Não é a palavra de ordem. A palavra é recuperação. A primeira coisa que vamos brigar é pela recuperação do Estádio Olímpico. É inadmissível que com cinco anos, o estádio tenha problemas sérios como esse, além de outros que o Botafogo já tinha alertado. Faremos de tudo e não mediremos esforços para que o Estádio Olímpico seja recuperado. A Olimpíada será aqui. O consórcio tem obrigação de recuperar e dar a ele a vida útil que merece - enfatizou Mauricio.

A suspensão dos pagamentos de manutenção do Engenhão, não será radical. O clube afirmou que não irá mais arcar com os custos do estádio, porém está montando um dossiê com todas as empresas que prestam serviços ao Engenhão e têm contrato em vigor. Esse relatório será entregue à prefeitura, que irá decidir se repassa o prejuízo ao consórcio que construiu o estádio ou se arca com o valor:

- O objeto da concessão é o Botafogo utilizar, aferir receitas e pagar a manutenção.

Quando tem uma interdição, o objeto da concessão fica nulo. Eu tenho o direito de perguntar quem vai pagar a conta. Como pago a conta? Se a prefeitura vai pagar ou vai passar para o consórcio é outra questão. O Botafogo entende que não deve pagar. Nosso departamento jurídico está trabalhando com a prefeitura para resolver essa questão.

Assumpção já tem uma reunião agendada para a próxima semana - provavelmente na terça-feira - com Eduardo Paes para mais uma rodada de negociações e conversas em relação ao Engenhão. E o presidente alvinegro revelou que o próprio prefeito o autorizou a processar a prefeitura, caso achasse necessário.

- Meu contrato não é com a construtora. É com a prefeitura. Minha relação é com eles.

Na primeira reunião que tive com ele, o prefeito falou que se eu achasse que estava sendo lesado e quisesse entrar com a ação, para fazer sem constrangimento. Quando o prefeito toma essa postura, nos deixa mais tranquilos. Não tenho outro caminho a não ser o processo. Por isso nosso departamento jurídico está tomando precauções - completou.

Antes da entrevista ser encerrada, Assumpção afirmou acreditar que terá o estádio de volta no Campeonato Brasileiro:

- Vamos estar no estádio bem antes do que imaginávamos e será ainda neste Campeonato Brasileiro.