O Botafogo vencia o Palmeiras até os 46 minutos do segundo tempo, quando Barcos confirmou sua fama de carrasco do time carioca, marcou seu segundo gol em Araraquara e garantiu o empate por 2 a 2. Apesar de evitar a 19ª derrota no Campeonato Brasileiro, o time paulista continua em situação muito difícil. Para o Fogão, que balançou as redes com Lodeiro e Elkeson, o resultado também não foi bom.
O Glorioso, quinto colocado, agora soma 51 pontos. O São Paulo, último integrante do G4, tem 59. Já o Palmeiras continua agonizando. Em 18º lugar, acumula 33 pontos. O Sport, 17º, ganhou do Vasco e agora tem três pontos de vantagem. Se o Bahia vencer a Portuguesa, ainda neste domingo, chegará aos 40 pontos e poderá rebaixar o Alviverde já na próxima rodada.
Valeu pela boa fase de Barcos. O Pirata já balançou as redes do Botafogo seis vezes em quatro confrontos nesta temporada, e ainda poderia ter feito mais, já que Márcio Azevedo salvou uma bola em cima da linha.
O JOGO
A situação difícil faz do Palmeiras um time afobado, embora aguerrido. Mais na correria do que na organização, os comandados de Gilson Kleina dominaram a posse de bola nos minutos iniciais e povoaram o campo do Botafogo, mas a primeira finalização do jogo só aconteceu aos dez minutos. E foi dos visitantes, com Lodeiro, sem dificuldade para Bruno.
Ao Verdão, era necessário ser mais efetivo. Mas quando Luan resolveu o problema e deixou Patrick Vieira na cara de Jefferson, aos 16 minutos, faltou precisão ao jovem meia. Os mais supersticiosos podem até dizer que o que faltou foi sorte, já que uma jogada quase idêntica originou o gol do Fogão: Andrezinho rolou para Lodeiro, que invadiu a área pela esquerda, bateu cruzado e também errou o alvo. Mas a bola carioca bateu na trave e voltou na cabeça do uruguaio, que só empurrou.
O Palmeiras se descontrolou por alguns minutos. Henrique, que pensou duas vezes e decidiu não colocar a mão na bola para evitar o gol, não teve dó de Bruno Mendes e o atingiu com um soco durante disputa no campo de defesa verde. A arbitragem nada marcou e o time paulista, aos poucos, voltou a atacar.
Apesar de contar com uma boa atuação de Lodeiro, o Botafogo pouco conseguia segurar a bola no ataque. Se Seedorf não estivesse lesionado, o cenário poderia ter sido outro. Se Barcos não fosse tão carrasco, também. Aos 28 minutos, Marcos Assunção (sempre ele!) cobrou escanteio da esquerda, Patrick Vieira cabeceou sozinho na marca do pênalti e o Pirata, também livre, bateu sem dificuldade para o fundo das redes. Tudo igual.
ARTILHEIROS MARCAM
A primeira chance do segundo tempo foi criada nas costas de Juninho, no lado esquerdo da defesa do Palmeiras. Andrezinho cruzou e Lodeiro só não marcou mais um porque Bruno fez excelente defesa. Mas Gilson Kleina mexeu na outra lateral: tirou Artur e colocou o atacante Maikon Leite, repassando Wesley para o lado do campo.
Se a intenção era melhorar a qualidade do cruzamento, deu certo. Em sua primeira subida, Wesley colocou Luan em boas condições de marcar, mas o atacante chutou para fora. E os mandantes pressionaram, desta vez de forma organizada, ao contrário do primeiro tempo: marcação firme na saída de bola, boas subidas pelos lados e infiltração dos meias na área.
Oswaldo resolveu agir. Primeiro, colocou o volante Jadson na vaga de Lucas e mandou Gabriel para a direita. Depois, saiu o apagado Fellype Gabriel para a entrada de Elkeson, com função de centroavante. Se a intenção era melhorar a qualidade das finalizões, deu certo. Aos 18 minutos, imediatamente após entrar, Elkeson recebeu cruzamento de Lodeiro, subiu mais que Juninho e recolocou o Botafogo em vantagem.
Kleina apostou em Obina na vaga de Luan, mas foi Maikon Leite quem chegou mais perto do gol. A trave e Jefferson foram os vilões. Patrick Vieira também teve sua chance, mas assustou-se com o gol escancarado à sua frente e tropeçou na hora de chutar. Quando a bola caiu nos pés de Barcos, ele teve calma para deixar o zagueiro no chão antes de bater cruzado, mas apareceu o pé salvador de Márcio Azevedo, quase em cima da linha.
Enquanto o Botafogo recuou com a entrada do zagueiro Brinner na vaga de Lodeiro, o Verdão deu seu último suspiro quando Correa substituiu João Denoni. Quando tudo parecia perdido, apareceu Barcos. Belo domínio no peito e chute preciso com a perna esquerda, no ângulo de Jefferson. Golaço e empate garantido!
PRÓXIMOS JOGOS
Restam quatro compromissos na luta contra o rebaixamento. O próximo é no domingo que vem, contra o líder Fluminense, em Presidente Prudente. O Botafogo joga no dia anterior, contra a Portuguesa, no Engenhão.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 X 2 BOTAFOGO
Estádio: Arena Fonte Luminosa, em Araraquara (SP)
Data/hora: 2/11/2012 - 17h (de Brasília)
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha
Auxiliares: Altemir Hausmann e Kleber Lucio Gil
Renda/Público: R$247705 / 13.228 pagantes
Cartões Amarelos: Gabriel e Andrezinho (BOT)
Cartões Vermelhos: não houve
Gols: Lodeiro, aos 20'/1ºT (0-1), Barcos; aos 28'/1ºT; Elkeson, aos 18'/2ºT (1-2); Barcos, aos 46'/2ºT (2-2)
PALMEIRAS: Bruno; Artur (Maikon Leite - 10'/2ºT), Maurício Ramos, Henrique e Juninho; João Denoni (Corrêa - 33'/2ºT), Marcos Assunção, Wesley e Patrick Vieira; Luan (Obina - 21'/2ºT) e Barcos. Técnico: Gilson Kleina.
BOTAFOGO: Jefferson; Lucas (Jadson - 11'/2ºT), Antônio Carlos, Dória e Márcio Azevedo; Gabriel, Renato, Fellype Gabriel (Elkeson - 17'/2ºT), Andrezinho e Lodeiro (Brinner - 26'/2ºT); Bruno Mendes. Técnico: Oswaldo de Oliveira.