Apesar do título mundial de pilotos, com Max Verstappen, e de construtores na Fórmula 1, a Red Bull não vive bom momento internamente. O desempenho de Sergio Pérez em 2023 não está agradando a equipe austríaca, que já perdeu a paciência com o piloto mexicano.
Após resultados ruins nas últimas etapas, Checo recebeu um ultimato da escuderia, de acordo com informações recebidas pelo portal GE.globo. Ou Pérez assegura o vice-campeonato nas últimas cinco corridas deste ano ou estará fora da Red Bull na próxima temporada.
Caso o mexicano não cumpra essa meta estabelecida pelo chefe da equipe, Christian Horner, o substituto já está definido: será o australiano Daniel Ricciardo, 34 anos, que voltou à F1 neste ano pela AlphaTauri na vaga do holandês Nyck de Vries, demitido antes do GP da Hungria.
Vice ameaçado
Mesmo com o melhor carro do grid da Fórmula 1, Pérez não vem desempenhando o suficiente para garantir a segunda posição. O mexicano tem apenas 30 pontos de vantagem para o terceiro colocado Lewis Hamilton, da Mercedes.
Checo venceu duas provas em 2023 (Arábia Saudita e Azerbaijão), enquanto o heptacampeão mundial não ganhou nenhuma etapa, mas vem pontuando em todos os finais de semana. O mexicano iniciou bem o campeonato, mas, após o GP de Miami — em que Verstappen humilhou o companheiro de equipe —, Pérez perdeu a confiança.
Prova disso são os 209 pontos, as 12 vitórias e oito pódios a menos que o companheiro, que se sagrou tricampeão mundial com seis corridas de antecedência. Isso tudo tendo à disposição o mesmo RB19 projetado por Adrian Newey e Pierre Waché, considerado um dos carros mais dominantes da história da categoria.
Na torcida contra o mexicano
Além de Ricciardo, que assumirá a Red Bull de Pérez caso ele não cumpra a meta estabelecida, outro piloto "torce" contra o mexicano. O neozelandês Liam Lawson pode se beneficiar com a movimentação, uma vez que ficaria livre a vaga na AlphaTauri e ele é o reserva imediato da equipe.
O jovem piloto esteve presente nas últimas cinco etapas substituindo Ricciardo — que sofreu uma lesão no pulso durante um dos treinos para o GP da Holanda. Lawson teve bom desempenho enquanto o australiano se recuperava e isso deixou o neozelandês mais forte dentro do grupo Red Bull.
Ricciardo vai retornar para sua vaga na próxima etapa, em Austin, nos Estados Unidos, enquanto Lawson vai se manter como reserva da RBR e da AlphaTauri.
Helmut Marko ameaçado
A questão dos pilotos não é o único assunto polêmico dentro da Red Bull. A equipe está em ebulição desde a morte de Dietrich Mateschitz, cofundador da fabricante de bebidas energéticas, em outubro do ano passado.
As ações do magnata passaram para o herdeiro Mark Mateschitz, 31 anos, e desde então, os acionistas tailandeses da marca passaram a interferir mais nos rumos da empresa do que antes. Esse clima influencia a operação das duas equipes da empresa na Fórmula 1.
A tensão entre Christian Horner e Helmut Marko — consultor do grupo e antigo braço direito de Didi Mateschitz no automobilismo — existe há muito tempo. Entertanto, a briga por poder aumentou com a morte do magnata, e Horner está tentando se livrar de Marko há algum tempo para controlar a operação do grupo na F1 como um todo.
Nesse duelo, Marko está ameaçado. O futuro do ex-piloto austríaco dentro do grupo Red Bull será definido em uma reunião do conselho da empresa marcada para esta semana. Outro adversário do consultor é Oliver Mintzlaff, atual responsável pela gestão esportiva da marca, e que entrou no grupo após a morte de Dietrich Mateschitz.
Pela primeira vez em muitos anos, desde a chegada da marca à F1, em 2005, o consultor corre sério risco de perder o cargo dentro das equipes da fabricante de energéticos na maior categoria do automobilismo. E se depender de Horner, o futuro do veterano será bem longe da RBR e da AlphaTauri.