A primeira temporada em que o Brasil não teve um piloto na Fórmula-1 em mais de 40 anos não abalou a audiência da categoria no país. Pelo contrário, um campeonato mais disputado que nos anos anteriores fez com que a audiência cumulativa crescesse 20% em solo brasileiro, de acordo com dados divulgados pela FOM, que cuida dos direitos comerciais da F-1.
Assim, o Brasil segue na liderança tanto em termos de alcance — atingindo 115,2 milhões de espectadores, número muito acima da segunda colocada, a China, com 68 milhões —, como também em audiência cumulativa.
No geral, a F-1 ganhou 10% em termos de espectadores únicos em 2018, alta puxada fortemente pela China, que voltou a mostrar a categoria em TV aberta e viu os números de audiência mais que triplicarem em relação a 2017.
Outros mercados que tiveram crescimento de destaque foram o subcontinente indiano —Índia, Paquistão, Sri Lanka, Bangladesh, Nepal e Butão —, com 87% de crescimento, além de França (51%), Rússia (27%) e Estados Unidos (20%).
Os norte-americanos, que passaram a ter a F-1 no canal ESPN em 2018, agora ocupam o terceiro lugar em termos de alcance, atrás de Brasil e China.
Fãs jovens
O grande foco da Liberty Media, que assumiu o controle da F-1 no começo de 2017, é aumentar uma presença que era praticamente nula da categoria nas mídias sociais e outras plataformas de internet. Por conta disso, o esporte tem sido, desde então, o que mais cresce nas redes.
Em 2018, o número de seguidores nas várias plataformas aumentou em 53%, chegando a 18,5 milhões de pessoas. Um grande foco de aumento foi o consumo de vídeos (77% mais visualizações), tipo de conteúdo em que a Liberty vem apostando fortemente e que era negligenciado na época de Bernie Ecclestone no comando. O investimento vem dando frutos: o canal de YouTube da F-1 aumentou o número de inscritos em 115% ano passado.
Essa estratégia visa conquistar um público mais jovem e os números mostram que os resultados começam a aparecer: nos últimos dois anos, ou seja, desde que essa política da Liberty foi implementada, 61% dos novos fãs conquistados têm menos de 35 anos, e 35% menos de 25 anos.
O número total de fãs é calculado em 506 milhões — aumento de três milhões em relação ao ano passado. Destes, 205 milhões têm menos de 35 anos. A média de idade do fã da categoria é de 40 anos, algo no mesmo nível do futebol, NBA, NFL e tênis.