Piloto mais jovem do grid da Fórmula-Indy, Matheus Leist, 19 anos, faz sua estreia nas 500 Milhas de Indianápolis neste domingo (27). Estreante mais veloz nos treinos de classificação, o gaúcha largará na 11º posição no grid.
Às vésperas da corrida mais importante da sua carreira, Leist concedeu uma entrevista via WhatsApp a GauchaZH. Leia os principais trechos.
O que representa para você disputar a prova mais tradicional do automobilismo mundial?
É o que sempre sonhei. Quando decidi vir para os Estados Unidos, correr em Indianápolis sempre foi meu maior objetivo. Consegui me classificar entre os 33 pilotos, vou largar em 11º. Estou superfeliz com o meu desempenho e o da minha equipe também. Só de ser o melhor rookie (estreante) na posição de largada já significa muito para mim. Vamos continuar focados e tentar fazer uma boa corrida.
Como fã de velocidade, que memória você tem da corrida?
A primeira vez que assisti à corrida foi no ano em que o Dan Wheldon (piloto britânico) ganhou pela última vez, em 2011. Desde então se tornou um tradição para mim. É um corrida que até as últimas voltas a gente não sabe quem vai ser o vencedor. Isso é uma dica para mim ou me faz lembrar que a corrida não se decide no começo.
O que você projeta para a corrida? Você já tem uma estratégia definida?
Vou tentar me manter o mais calmo possível desde o começo. O carro ainda tem de melhorar um pouco no pelotão, no tráfego. Se eu ainda estiver disputando (as primeiras posições) no final da corrida, a gente tem chance de ganhar. É o que vou tentar fazer nesse final de semana.
Você larga imediatamente uma posição atrás de Tony Kanaan, que já venceu as 500 Milhas, e à frente de três dos quatro últimos vencedores da prova. O que isso significa para você?
Significa que o trabalho que estamos fazendo neste ano vem dando resultado. Mostra o quão difícil é realmente a classificação e correr em Indianápolis. Tem três campeões que vão largar atrás de mim, tenho de valorizar ainda mais essa conquista.
O fato de repetir um feito do dono de seu equipe e de seu companheiro de time, de figurar como o melhor estreante do grid, é outro fator que o anima para a corrida?
Ser o melhor rookie é muito importante para mim. Ainda mais neste ano, que tem rookies muito experientes e muito rápidos. Então ser o mais rápido entre eles na maior corrida do campeonato e também uma das maiores do mundo é especial para mim. Isso me dá confiança e motivação para ir atrás de bons resultados no domingo.
Que dicas Tony Kanaan, seu companheiro de equipe, deu para você se dar bem nas 500 Milhas?
Eu e o Tony não paramos (nesta semana) para falar sobre a corrida. Mas todas as vezes em que conversei com ele ou com o A.J. (Foyt), a primeira coisa que me disseram é que essa corrida é muito difícil, muito cansativa mentalmente. É uma corrida de praticamente três horas. Eles falaram que é preciso manter o foco no começo, que sempre é muito complicado, e depois ir levando, pitstop por pitstop, até o final. A gente calcula que a corrida terá de sete a nove pitstops, é muito mais do que eu sempre fiz.
Os seus resultados até agora na temporada estão acima ou abaixo das suas expectativas?
Já estiveram acima e já estiveram abaixo. Teve momentos em que a gente estava bem, teve momentos em que faltou velocidade, infelizmente. Mas isso acontece. Como time, estamos trabalhando bastante para tentar levantar o astral da equipe, para tentar fazer uma equipe vencedora de novo. Isso realmente requer muito trabalho. Mas na média estamos acima das expectativas, bem acima do que a equipe andou no ano passado.