Aos 35 anos, Fernando Alonso é um dos pilotos mais experientes da Fórmula-1 na atualidade. E também considerado um dos melhores da categoria em todos os tempos. O reconhecimento, no entanto, não tem sido acompanhado de conquistas: em 2016, Alonso comemorou 10 anos do seu bicampeonato no Mundial de Pilotos – e reconheceu que o futuro não deve reservar novos títulos.
Em entrevista à revista inglesa Autosport, publicada nesta quarta-feira, o espanhol da McLaren falou sobre seu momento atual na Fórmula-1 e admitiu que sente falta de brigar por conquistas, como fez em 2007, 2010 e 2012, quando teve chances de levar novamente o Mundial, mas foi derrotado por Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel.
– Tive a sorte de experimentar essa sensação (de disputar o título) cinco vezes. Você treina, trabalha no simulador, vai para a fábrica, tudo o que é preciso para ser competitivo e lutar pelo título. Nos últimos quatro anos, sinto falta dessa sensação. Por outro lado, sinto que tenho sorte por ter conseguido sentir estas emoções cinco vezes, e vencido duas vezes, porque há muitos colegas que têm um talento enorme e nunca tiveram a chance de correr na F-1 – explicou.
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O espanhol lembrou também de Michael Schumacher, seu adversário no Mundial 2006. Nesta quinta, o acidente de esqui que o deixou em coma completou três anos, sem nenhuma pista do seu estado de saúde atual. Alonso elogiou o alemão, lembrou das disputas de pneus – naquela temporada, havia dois fornecedores diferentes – e disse que, mesmo em condições inferiores, ele conseguia se manter na briga por pontos.
– Quando os Bridgestone da Ferrari estavam bem, ele fazia o que era preciso para vencer. Mas, mesmo quando o Michelin que a Renault usava estava melhor, ele estava na disputa. Você pensava em fazer mais pontos do que ele, e ainda assim ele sempre chegava, fazia algo a mais. De todos os pilotos que enfrentei, ele foi o único a conseguir isso.
Alonso, por fim, lamentou a situação da McLaren, que nos dois anos desde o seu retorno não conseguiu ter regularidade na briga por pontos, ao contrário da tradição da escuderia. O piloto destacou que espera uma revolução dos motores Honda para 2017.
– A McLaren é a segunda maior equipe da história da Fórmula-1. Quando você tem de lutar para passar do Q1 na classificação, algo não está normal. Todos no time sentem essa pressão, essa expectativa que ainda não chegamos lá. Isso frustra a todos nós. E existe a frustração pessoal de não brigar por pódios, por vitórias, e por vezes nem mesmo entregar tudo o que pode, porque tem problemas que você precisa corrigir. Não é que você esqueceu como se pilota, mas que as situações estão fora do seu alcance – completou o espanhol.
*ZHESPORTES