ASSÉDIO

Do ônibus aos bastidores

de Hollywood, o que significou a reação das mulheres ao assédio e a violência sexual em 2017?

VALERY HACHE, AFP

Em 2017, as mulheres não ficaram caladas diante dos casos de violência sexual. Em São Paulo, um homem foi preso duas vezes por ejacular em passageiras dentro de um ônibus. Em Hollywood, uma onda de denúncias revelou o histórico de assédio e até estupro de um dos maiores produtores do cinema, Harvey Weinstein, que acabou demitido da própria empresa. Em Porto Alegre, o post de uma mulher sobre seu relacionamento com um músico virou debate nacional e levou a banda a suspender suas atividades. No Rio, atrizes e apresentadoras de TV fizeram uma campanha contra o ator José Mayer, consequência de uma denúncia de assédio sexual da figurinista Susllem Tonani.

 

Esses e outros tantos casos evidenciaram a força feminina na internet. Historicamente coadjuvantes em espaços tradicionais de debate, as mulheres amplificam e fazem valer a sua voz nos canais digitais — além de oferecer o ombro para as outras ou estimular alguma reação coletiva. Mas há efeitos colaterais, segundo alguns críticos: há exagero nas acusações? Podem estar havendo linchamentos virtuais?