Esta obra de João Cabral de Melo Neto estabelece um ousado projeto de ruptura com a tradição lírica ocidental, criando uma espécie de antilírica. A subjetividade, que predominou no gênero por cerca de dois milênios e meio, cede lugar a mais absoluta objetividade. E os temas universais da inquietação do indivíduo diante das paixões sombrias ou luminosas, das pulsões eróticas, das angústias existenciais, do fluir do tempo, da rebelião ou do lamento humano frente aos deuses e ao destino, e do terror da morte, são substituídos por um registro rigoroso e tecnicamente perfeito de objetos e seres. Sua poesia, portanto, não busca o fundo do coração do homem, mas propõe uma engenhosa (e por vezes gélida) aventura intelectual. Trata-se da obra de leitura mais difícil entre todas as indicadas para o vestibular.
Nem tudo é Enem
Professor Sergius Gonzaga comenta "A Educação pela Pedra", de João Cabral de Melo Neto
Obra de poeta pernambucano é uma das leituras obrigatórias para o vestibular 2013 da UFRGS