O ministro da Educação Camilo Santana revelou, nesta quinta-feira (28), que há mudanças vindo por aí na regulamentação do ensino a distância (EAD) brasileiro. Em São Paulo para participar do 25° Fórum Nacional do Ensino Superior Particular (FNESP), o gestor do Ministério da Educação (MEC) relatou que um grupo de trabalho foi formado há dois meses e que, em breve, audiências públicas sobre o assunto ocorrerão.
— Não somos contra a educação a distância, pelo contrário: ela é importante, inclusive pela evolução, hoje, do dia a dia de um jovem que precisa trabalhar. Mas precisamos garantir a qualidade desses cursos. O MEC fará mudanças nas resoluções, juntamente com o Conselho Nacional de Educação, mas tudo precisa ser feito a partir de um diálogo, de uma discussão — pontuou o ministro, em entrevista a jornalistas.
Santana ressaltou que todos os cursos de licenciatura EAD, atualmente, têm notas abaixo de 5, numa escala de zero a 10, no Enade, o que demonstra que mudanças são necessárias:
— Os de licenciatura têm média 3,6. Alguma coisa está errada, porque esse é o professor que vai lá para a sala de aula da Educação Básica do nosso país.
Perguntado sobre se acha que é possível formar um bom professor a distância, o ministro disse que não – que é preciso garantir que os cursos de Pedagogia e as licenciaturas sejam focados no formato presencial, podendo usar o EAD para complementar, em formações continuadas.
— Um professor não pode ser formado sem uma experiência de ir para a sala de aula. Isso não existe — defendeu Santana.
O grupo de trabalho criado pelo MEC reúne representantes de instituições de ensino. O ministro não deu prazo para que a nova proposta seja apresentada.