Eles só têm 17 anos, mas já sabem fazer programação e criar peças para montar um robô. São os Gewinner, equipe do Colégio Sinodal, de São Leopoldo, que vão competir por uma medalha de ouro com estudantes de outras escolas do país na final da Olimpíada Brasileira de Robótica, o maior evento de robótica da América Latina.
O time formado por Lucas Fischer, Theodoro Friedrich, Arthur Pesi e Arthur Andrade, todos do 2° ano do Ensino Médio, teve o desafio de criar um robô que simula um resgate durante um desastre ambiental, tema recorrente na Olimpíada, que acontece desde 2007. Nesse ano, o cenário sugerido é uma avalanche de neve.
Com legos e outras peças elaboradas no laboratório de tecnologia da escola, o grupo montou uma estrutura de cerca de 3 kg e 20 centímetros de altura. É um robô autônomo, que se locomove por sensores, sem necessidade de comandos, e possui garras com estofado nas extremidades para melhor capturar as bolinhas de isopor —são elas que fazem a representação dos seres humanos que devem ser tirados da nevasca.
Com o projeto, os Gewinner, que em alemão significa "vencedores", ficaram em primeiro lugar na etapa estadual em nível 2, quando disputaram com diversas equipes do Estado formadas por alunos do 9° ano do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Técnico. O destaque do Sinodal na fase regional não é novidade: desde 2018 o colégio intercala entre a 1° ou a 2° posições, classificando-se para a final.
Agora, se os guris de São Leopoldo brilharem entre todas as equipes do Brasil entre os dias 17 e 22 de outubro, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, podem conquistar mais um título para o Sinodal, que por três vezes já ficou em terceiro lugar a nível nacional — as medalhas de bronze ficam penduradas na parede do laboratório de tecnologia, entre outras condecorações que o colégio arrebanhou em campeonatos de robótica. No caso de tirarem o primeiro lugar, vão competir em nível mundial.
Disputas à parte, o professor Jorge Jardim, que ministra as oficinas de robótica no Sinodal e orienta toda a área de tecnologia do colégio, lembra que o conhecimento em programação não é somente para abrilhantar o currículo. Trabalhar em equipe é um dos grandes aprendizados não só das aulas de tecnologia, como das competições criadas para premiar os estudantes.
— Cada um dos integrantes da equipe faz a sua atividade em prol de um objetivo. Cada um sabe o que tem que fazer, mas todos precisam conversar para chegar a uma solução. A robótica, além de ensinar como as coisas funcionam, porque leva ao pensamento lógico, também ensina a trabalhar em equipe — reforça o professor, que viajará juntos com os Gewinner para São Paulo.
Na avaliação de Lucas, o grande barato da robótica e principalmente das competições é justamente o desafio de pensar em uma invenção tecnológica considerando a habilidade de cada pessoa da equipe — e decepcionando-se juntos, caso não conseguirem o primeiro lugar, como ocorreu no ano passado, quando o Sinodal ficou com a medalha de bronze na fase nacional.
— Não é que a gente vai sair do Ensino Médio e criar um robô. É saber trabalhar em conjunto, se frustrar em conjunto. A robótica nos dá uma base para qualquer emprego, em qualquer profissão, inclusive na área de humanas. O aprendizado que temos aqui serve para todas as profissões.