Depois de dois adiamentos por parte da Reitoria, as aulas presenciais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foram retomadas nesta segunda-feira (14). Apesar da expectativa, pouquíssimos estudantes circulavam pelo campus central da instituição e também na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico), onde a reportagem de GZH esteve nesta manhã.
Previsto inicialmente para 17 de janeiro, o retorno presencial foi postergado para 7 de março, devido ao avanço da variante Ômicron do coronavírus. Um novo adiamento passou a volta às salas de aula para 14 de março – pelo menos 50% das atividades devem voltar, mas algumas unidades, como as de Química, Farmácia e Biociências, já retornaram. A UFRGS cumpre, atualmente, o calendário referente ao segundo semestre de 2021.
A partir de agora, devem ser restabelecidas aulas práticas que não poderão ocorrer por meio remoto, como atividades em laboratórios e de campo, estágios, trabalhos de conclusão de curso em todos os níveis de ensino que necessitem de atividades presenciais, algumas funções administrativas e técnicas e também as funções consideradas essenciais.
Atualmente, a UFRGS tem 32.356 alunos regularmente matriculados em cursos de graduação e 12.618 na pós-graduação. A assessoria de imprensa da universidade não sabe informar quantos alunos estão voltando presencialmente agora porque cada professor ainda vai verificar, a partir desta semana, o número de universitários matriculados que poderão frequentar salas de aula e laboratórios, considerando aqueles que têm comorbidades.
Passaporte vacinal
A Reitoria não exige o passaporte vacinal, mas a quase totalidade das faculdades está pedindo aos estudantes a comprovação das doses contra a covid-19.
De acordo com levantamento feito pelo Fórum de Direções das Unidades Acadêmicas da UFRGS, 28 das 29 unidades acadêmicas da instituição já aprovaram a adoção de comprovante vacinal em seus planos de retorno. A exceção é o Instituto de Informática, que ainda promoverá a discussão em seu conselho.
Questionada se pretende tomar alguma providência em relação a essa exigência pelas unidades, a assessoria da universidade afirmou que, depois de comunicar a orientação geral a todas elas, "casos particulares serão avaliados individualmente a partir do momento em que chegarem questionamentos de usuários da instituição sobre o tema".
Formanda em Química, Lidiane da Silva Pluczinski, 26 anos, compareceu ao campus do Centro com colegas de curso para o ensaio da formatura. Ela também está iniciando a graduação em Engenharia Química – e teve que repassar a comprovação de que estava imunizada a um dos professores de um grupo de pesquisa do qual faz parte.
Quanto aos dois anos de ensino remoto em Química, Lidiane acredita não ter se prejudicado porque já dispunha de uma boa base. A estudante acredita que o desafio maior tenha sido para os iniciantes. Sobre os cuidados adotados pela instituição, afirmou:
– Devido às condições sanitárias e considerando a UFRGS como um todo que é muito grande, está certo.
Victória Morele, 24 anos, compareceu à Fabico, pela primeira vez desde março de 2020, para retirar um livro na biblioteca. Estranhou a grama que cresceu no pátio, antes dominado por brita, e a impossibilidade de circular entre as estantes de livros.
– Não é que esteja diferente, mas a gente vê diferente. Tanta coisa que vivemos… Acho que perdi bastante. Cansei de ficar "na tela". Aula presencial é totalmente diferente. Perdi o convívio com as pessoas – refletiu.
A universitária encaminhou seu comprovante de vacinação para os titulares de algumas disciplinas que o solicitaram.
– Acho que me sinto segura para voltar. As pessoas que não estão seguras são as que não se vacinaram – opinou.