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Posse do novo reitor da Unisinos é marcada por exaltação à ciência e à cultura humanista

Sergio Eduardo Mariucci estará à frente da instituição pelos próximos quatro anos

Isabella Sander

Repórter

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Rodrigo W. Blum / Divulgação
O padre Sergio Eduardo Mariucci mencionou, no início do seu discurso, as 619 mil mortes por covid-19 no Brasil

Com um discurso exaltando a importância da ciência, da pesquisa e de lideranças positivas,  tomou posse nesta terça-feira (4) o novo reitor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), padre Sergio Eduardo Mariucci. Ele estará à frente da instituição pelos próximos quatro anos, após 16 anos de mandato do padre Marcelo Fernandes de Aquino.

A cerimônia de posse ocorreu no Auditório Padre Werner, no campus de São Leopoldo, com limitação de presença de público e exigência de comprovante vacinal. Ao contrário de boa parte dos eventos políticos, neste os discursantes não retiraram suas máscaras para falar. Já de início, o novo reitor fez menção às 619 mil mortes por covid-19 no Brasil. Em sua visão, no período pandêmico, o consenso de que a ciência é vital para a humanidade sai fortalecido.

— As vacinas contra a covid são evidências recentes do progresso da ciência e da humanidade, só contestadas por aqueles vitimados por algo que se parece com um outro vírus, cuja enfermidade é a eclipse da razão. A percepção de que a vida é um bem precioso e requer prioridade em sua proteção predominou e foi contestada apenas pelos também eclipsados — pontuou Mariucci, assegurando que a Unisinos “buscará sempre ao horizonte do rigor científico, da excelência humana e acadêmica e da responsabilidade socioambiental”.

O posicionamento vem ao encontro de um gesto feito pelo agora ex-reitor da Unisinos, em 2021. Aquino rejeitou, por meio de carta, a honraria Cavaleiro da Ordem de Rio Branco, concedida pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Conselho da Ordem de Rio Branco. Na justificativa, o padre disse que reconhecia a legitimidade e a importância da homenagem, mas que declinava a honraria “em virtude da atual incapacidade do governo federal de dar rumo correto para as políticas públicas para as áreas de Educação, Saúde, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia”.

A GZH, o novo reitor afirmou que a Unisinos não possui “colorações partidárias”. No entanto, assegura que medidas que não promoverem a proteção da vida e a cultura humanista terão reação por parte da universidade.

— Entender a República e o Estado de Direito, que garante ao cidadão o acesso à saúde e à educação, sobretudo em tempos ameaçadores, como na pandemia, envolve defender medidas eficazes e inteligentes que protejam a vida. O que for diferente disso certamente terá reação do padre Marcelo e da Unisinos — avalia Mariucci.

Ameaças e desafios

Para o novo gestor da universidade, uma grande ameaça é o vácuo de lideranças “positivas, inspiradoras e capazes de agregar em torno de projetos que assegurem ao planeta e à sociedade a confiança nas instituições públicas e a esperança de paz e prosperidade”. Ele defendeu, ainda, que é por meio da educação que o racismo, a homofobia, o machismo e todos os vieses supremacistas precisam ser combatidos.

O reitor assume a liderança da instituição em um momento de perda de cerca de 35% das matrículas de estudantes por parte das universidades privadas e de um ambiente de instabilidade econômica. Mariucci projeta que estes serão seus principais desafios e que é necessário que o poder público veja a instituição como parceira no desenvolvimento de empregabilidade, saúde, educação e soluções inovadoras, por meio da pesquisa e da extensão.

Apesar de garantir que será dada continuidade ao trabalho já realizado na gestão de Aquino e ressaltar “passos fortes”, como o fortalecimento de institutos de pesquisa, a fábrica de chips, a parceria com a empresa HT Micron, os parques tecnológicos e a atualização dos currículos de graduação, Mariucci evita antecipar quais serão os principais investimentos da Unisinos durante sua gestão. 

Citando Belchior, em seu discurso o reitor observou que “o passado é uma roupa que não nos serve mais” – a ideia é fazer um planejamento estratégico em 2022, para que os investimentos antecipem tendências para os próximos anos.

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