No quesito tecnologia, a segunda etapa do Enem digital foi bem avaliada por estudantes que realizaram as provas na Uniritter, em Porto Alegre, neste domingo (7). Responder as questões em um computador, sem a necessidade de anotar tudo à mão, foi considerado um benefício. Já a dificuldade das perguntas foi alvo de reclamações dos estudantes:
— O conteúdo é difícil. Para mim, Ciências foi muito mais difícil do que Matemática — observou Maria Eduarda Sassi Endres, 18 anos.
A estudante — que pretende fazer Engenharia Elétrica — foi uma das que gostou de fazer a prova em um computador.
— O sistema digital é bem mais tranquilo que o impresso, porque não tem todo o trabalho de preencher o gabarito, então acabamos tendo mais tempo para a prova — comentou.
Marceli dos Santos, 18, também achou as provas do domingo passado mais fáceis. Para ela, o “conteúdo foi bem mais complicado” hoje. Apesar disso, a temperatura ajudou: fazia 25°C por volta das 18h, e não havia aquela sensação de abafamento.
— A minha sala não tinha ar condicionado, acho que até por causa da covid-19. As janelas estavam bem abertas e isso fez estar tranquilo para nós — avaliou a jovem, que pretende fazer administração porque já trabalha na área.
Andrea Barcellos, 45, considerou as 45 perguntas de Matemática longas e cansativas, mas também gostou de fazer as provas no computador “por estar mais acostumada”. Ela estuda psicologia na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e fez o Enem para tentar conseguir bolsa no Prouni.
As provas terminaram às 18h30min. Em Porto Alegre, não houve registro de aglomeração na saída dos estudantes.
O Enem digital
Participantes de 104 cidades fizeram as provas de Matemática e Ciências da Natureza. Eles tiveram cinco horas para resolver 90 questões. Assim como no primeiro dia de exame, puderam levar caneta preta, desta vez para fazer os cálculos à mão, na folha de rascunho.
Os portões abriram às 11h30min e fecharam às 13h.
No último domingo (31), os candidatos fizeram as provas de Linguagens, Ciências Humanas e Suas Tecnologias.
Ao todo, 96.086 pessoas se inscreveram para essa nova modalidade, mas a suspensão das provas no Amazonas, causada pelo agravamento da pandemia, reduziu esse número para 93.217 inscritos.
Os computadores só têm acesso às provas. Os candidatos não têm acesso, por exemplo, à internet ou à calculadora. Na tela, quando a prova começou, apareceram todas as questões. Era possível selecionar qual dos cadernos será resolvido. O sistema também permite que o candidato escreva na tela com o mouse e que marque as questões para depois poder voltar nelas, por exemplo.
A aplicação piloto do Enem digital deverá ser o início das mudanças na prova. A intenção é que o exame seja totalmente digital até 2026.