O ministro da Educação, Abraham Weintraub, determinou nova análise da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de uma candidata após receber reclamação do pai dela via Twitter.
O homem, identificado como Carlos Santana, postou uma reclamação marcando o perfil do ministro da Educação: "Ministro, minha filha tem certeza que a prova do Enem dela não teve a correção adequada e que ela foi prejudicada. E agora? A Inês é morta? O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) termina amanhã", escreveu, identificando, em seguida, o número de inscrição da filha do Enem.
Cerca de uma hora depois, Weintraub respondeu ao apoiador, também no Twitter, com a imagem de uma conversa privada no WhatsApp. Na mensagem, uma pessoa registrada apenas como "Alê" no celular do ministro escreve, em resposta ao pedido anterior de Weintraub para verificar o caso: "Ministro, a participante teve a prova corrigida corretamente. Tudo confere. Fez a prova em Ribeirão Preto/SP. Conferido com a aplicadora. Não houve erro de associação no caso dela", em referência ao erro de associações de códigos que teriam causado os problemas em cerca de 6 mil provas.
Confira:
A assessoria do instituto afirmou à Folha de S.Paulo, neste domingo (25), que está revisando as provas de todas as pessoas que estão reclamando de maneira informal, por meio das redes sociais, mas que não dará respostas individuais a elas, como fez Weintraub em relação a seu apoiador.
Sobre as demandas na Justiça, afirmou que a Advocacia-Geral da União (AGU) é a responsável legal por cuidar desses casos. O Ministério da Educação (MEC) não se manifestou a respeito da resposta individual do ministro ao caso, em detrimento de pedidos feitos por outros candidatos.
Há ao menos 24 ações individuais na Justiça, além de uma ação civil pública do Ministério Público Federal de Minas Gerais, que pedem nova correção da prova do Enem. Neste ano, o exame teve parte de suas notas divulgadas com erros, causando vários transtornos aos estudantes que tentam vagas nas universidades públicas.
Erros
O ministério tem negado a ocorrência de novas falhas para além das já divulgadas. Weintraub chegou a dizer que as novas reclamações partem de pessoas vinculadas a partidos radicais de esquerda.
Os problemas no Enem de 2020 levaram a Justiça Federal de São Paulo a suspender a etapa de seleção do Sisu, cujo período original de inscrição termina neste domingo. A AGU recorreu, afirmando que a suspensão apresenta "graves prejuízos à política pública de ensino superior".
A decisão da Justiça foi tomada com base no pedido da Defensoria Pública da União feito em razão dos erros no cálculo da nota do Enem de cerca de 6 mil candidatos.
O juiz Hong Kou Hen também determinou que o Inep comprove em até cinco dias que a revisão das notas nas quais foram encontradas falhas foi considerada para a readequação das notas de todos os candidatos ao Enem. Também deve mostrar que todos os participantes que pediram a revisão tiveram o pedido reavaliado, ainda que não atendido, e receberam resposta.