Convocados por entidades sindicais e movimentos estudantis, professores, técnico-administrativos e estudantes participaram nesta terça-feira (13), em várias cidades do país, de atos contra o contingenciamento de recursos na educação por parte do governo federal. Em Porto Alegre, a concentração de manifestantes ocorreu na Esquina Democrática, no Centro Histórico.
De lá, por volta das 18h30min, uma caminhada rumou para a Faculdade de Educação (Faced) da UFRGS, no campus central da instituição. Perto das 19h40min, o grupo fez uma parada na elevada antes do viaduto da Conceição. Ali, pediram para que moradores favoráveis ao ato piscassem os faróis.
Realizado em repúdio ao corte de verbas no orçamento das universidades federais, o ato também se posicionou contra o Future-se, programa anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. A proposta é que as instituições de ensino busquem verba junto à iniciativa privada para depender menos do Estado.
A manifestação também reuniu outras bandeiras como o repúdio à reforma da Previdência e a MP de Liberdade Econômica da gestão de Jair Bolsonaro. O parcelamento de salários por parte do governo do Estado também foi alvo dos manifestantes. Professores e funcionários de escolas estaduais se reuniram mais cedo em frente ao Palácio Piratini.
Aos 83 anos, a educadora Esther Grossi — ex-deputada federal e ex-secretária municipal da Educação de Porto Alegre — participou do protesto e não poupou críticas à gestão na área da educação.
— É um crime, um desastre. É preciso que se faça uma revisão sobre o que é aprender. Inclusive, em relação às propostas de que os alunos estudem a distância. Isso acaba com a profissão dos professores. Ensinar é um bem precioso, científico — disse ela.
No Rio Grande do Sul, também foram registradas mobilizações em instituições como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal de Rio Grande (Furg). Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), atos foram agendados em, ao menos, 170 cidades dos 26 estados, além do Distrito Federal.