Um dia após o Ministério da Educação (MEC) anunciar o corte de 30% do orçamento das universidades federais, o ministro Abraham Weintraub foi para o Twitter criticar os reitores dessas instituições na manhã desta quarta-feira (1). Para o titular do MEC, os dirigentes são intolerantes.
Para quem conhece Universidades Federais, perguntar sobre tolerância ou pluralidade aos reitores (ditos) de esquerda faz tanto sentido quanto pedir sugestões sobre doces a diabéticos", escreveu Weintraub.
O post veio horas depois do ministro causar repúdio de educadores e reitores por causa da ameaça de bloqueio em parte do orçamento das públicas federais sob o pretexto de que elas promovem "balbúrdia" e de que têm baixo desempenho acadêmico.
O anúncio de Weintraub sobre os critérios para o corte causou alvoroço, quando, à reportagem de Renata Agostini, no jornal Estado de São Paulo, ele deu exemplos do que considera bagunça: "Sem-terra dentro do campus, gente pelada dentro do campus".
O reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), durante o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na terça-feira (30), respondeu se havia tomado conhecimento sobre tais práticas na UFRGS, como por exemplo, estudantes pelados em festas na universidade.
Outras universidades federais já registraram congelamento de recursos neste ano. Na UFRGS, por exemplo, estudantes já foram alertados sobre riscos de atraso ou suspensão no pagamento de benefícios após a confirmação de cortes de R$ 5,839 bilhões para este ano no orçamento do Ministério da Educação.