O militar que havia sido nomeado para secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) pelo presidente Jair Bolsonaro, cargo considerado o número 2 da pasta, foi demitido. A exoneração de Ricardo Machado Vieira foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (18). Ele havia assumido a função em 29 de março, com a missão de organizar o ministério em meio à crise instaurada na gestão Ricardo Vélez Rodríguez.
Até a nomeação para o cargo, o militar trabalhava como assessor especial do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do MEC responsável por programas de alimentação e transporte escolar. Antes, havia sido secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa e chefe do Estado Maior da Aeronáutica.
Depois da substituição do ministro Vélez por Abraham Weintraub, Vieira ficou como assessor especial do MEC, função da qual foi exonerado nesta quinta-feira.
Disputa entre grupos no MEC
A nomeação de Vieira para a secretaria-executiva ocorreu em um momento de disputa dentro do MEC entre grupos de militares, técnicos e ideológicos, como seguidores de Olavo de Carvalho, considerado o guru da nova direita no país. Nos ataques, alguns olavistas têm criticado diretamente os militares por uma suposta perseguição a eles. Por outro lado, a ala militar em torno da cúpula do governo buscava retomar espaços no MEC. A confirmação do nome de Vieira, assim, era uma espécie de aceno às demandas do grupo, que tenta levar adiante os planos traçados antes da nomeação de Vélez como ministro.
O nome do militar foi o quarto anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro nos três primeiros meses da nova gestão para a segunda maior posição no MEC.