Foi assinado, na tarde desta terça-feira (2), o contrato para a retomada das obras do Instituto de Educação, em Porto Alegre, que estão paradas há mais de um ano. A reforma, que começou em janeiro de 2016 e deveria ter sido concluída entre julho e agosto de 2017, está somente 10% pronta.
Ele foi assinado com a segunda empresa contratada para realizar o serviço, a Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A. A obra custará R$ 22,9 milhões, valor cerca de 20% mais baixo do que o estimado inicialmente pela Secretaria de Educação (Seduc), R$ 28,6 milhões. O restauro terá início no prazo de cinco dias a contar do recebimento da autorização do serviço, que será concedida na próxima segunda-feira (8). A partir daí, a empresa terá até 540 dias (18 meses) para finalizar a obra.
O secretário estadual de Educação, Ronald Krummenauer, destacou a importância da retomada dos serviços:
— Eu fico muito feliz de poder levar adiante a obra de uma escola com esta importância e dimensão histórica para o Estado.
O presidente da Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A, Rommel Curzio, afirma que a empresa tem a tradição em trabalhos de restauração, como a Igreja Matriz de Florianópolis, o Museu de Arte do Rio de Janeiro e a Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.
— A obra desta escola é quase um trabalho artístico, tamanho é seu detalhamento e seu valor histórico. É uma honra para nós participarmos deste grandioso projeto com o Estado — ressaltou.
Segundo a Seduc, o valor, proveniente do salário-educação, já está disponível em caixa. Depois de iniciado, o trabalho deve durar 18 meses.
Construído em 1935, o Instituto de Educação é considerado patrimônio histórico do Rio Grande do Sul – como o prédio é tombado, o projeto de reforma precisou de mais cuidados, o que tornou a obra mais cara. Os trabalhos incluem troca das redes hidráulica, elétrica e de informática, troca dos pisos e revestimento, implantação de sistema de segurança e elevadores.
Mais de 1,5 mil estudantes da instituição estão realocados em outras escolas desde o início de 2016 para que as melhorias sejam feitas nos três prédios do colégio (prédio central, ginásio e jardim de infância). A previsão de que os alunos possam estar no prédio no ano letivo de 2020 está mantida.
Impasse na retomada das obras
As obras deveriam ter sido concluídas entre julho e agosto de 2017. A primeira empresa contratada, no entanto, teve o contrato rompido em agosto do ano passado por ter atrasado o serviço. O governo elaborou nova licitação, mas enfrentou problemas porque, inicialmente, todas as empresas que elaboraram propostas tiveram problemas de documentação. Já foram inúmeras promessas de retomada da obra pelo governo, mas todas esbarraram na demora da licitação.
O Estado poderia ter utilizado verbas do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) para a reforma, mas perdeu a oportunidade porque as obras com esses recursos precisariam ser concluídas até fevereiro de 2019, o que não vai acontecer. Agora, os custos serão cobertos com recursos públicos, por meio do dinheiro proveniente do salário-educação.