Se o horizonte do Ensino Médio é nebuloso para a rede pública, a situação não é muito diferente para os representantes do ensino privado. Mas há uma certeza: sejam quais forem as definições a nível estadual que irão determinar o novo modelo de ensino, as mudanças irão se refletir no bolso dos pais dos alunos.
– Se tem um aumento de carga horária, isso vai se refletir no custo. Também tem questões pedagógicas que influenciam na questão financeira. E não está clara a necessidade disso: não é só pensar em aumentar, mas o que se faz com essa carga horária maior. Seria de bom tom e não teríamos tanta confusão se todos os atores tivessem sido chamados para conversar antes – avaliou o presidente Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS), Bruno Eizerik.
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Conforme Eizerik, que criticou a ausência de diálogo na elaboração da medida provisória, a diretoria do sindicato deve analisar o texto publicado no Diário Oficial nos próximos dias. A ideia é identificar os pontos críticos para encaminhar aos deputados, que devem apreciar a matéria.
O Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS) também contesta a falta de clareza na reforma, e atesta que as instituições não terão como promover as mudanças a curto prazo.
– É impossível, porque não vai haver o investimento necessário. A escola privada também terá problemas de fazer essas alterações. Isso nos preocupa bastante – diz a diretora do Sinpro-RS, Cecília Farias.