Oficialmente nomeada nesta terça-feira (17) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nova reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marcia Barbosa, já tem seus primeiros passos definidos. Nos próximos meses, serão enviadas ao Conselho Universitário (Consun) propostas de criação de três órgãos dentro da instituição: um vinculado às ações afirmativas, outro para a Educação Básica e um terceiro para as mudanças climáticas.
Escolhidos na primeira eleição com cálculo paritário durante a consulta à comunidade na história da instituição – com os votos de professores, técnicos-administrativos e estudantes tendo o mesmo peso –, Marcia e o novo vice-reitor, Pedro Costa, trabalham há dois meses junto a uma equipe de transição. Para o dia 27 de setembro, às 10h, está previsto um evento no Salão de Atos, no Centro de Porto Alegre, no qual os novos pró-reitores serão apresentados para a comunidade acadêmica. O grupo será formado por professores e técnicos-administrativos.
— Esta gestão tem um compromisso de escuta dos diversos setores da universidade. Teremos, já na composição das nossas pró-reitorias, um balanço muito interessante entre pró-reitores docentes e técnicos-administrativos, o que traz a força de que todos nós somos servidores da UFRGS. Também apresentaremos um fórum consultivo de estudantes, que, já que não podem ter cargo de gestão, terão uma escuta maior do que já têm junto aos gabinetes da reitora e do vice-reitor, com momentos de escuta especiais — relata a reitora.
Marcia pretende criar uma pró-reitoria de ações afirmativas, expressão utilizada para denominar políticas sociais que buscam a equiparação de oportunidades para grupos como pessoas negras, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência. Hoje, o tema é tratado por uma coordenadoria. A reitora também quer implementar uma Secretaria Especial de Mudanças Climáticas e uma Coordenadoria de Educação Básica.
— Essa coordenadoria terá um papel importante de trabalhar junto ao governo do Estado mudanças curriculares como a criação de uma disciplina sobre mudanças climáticas, por exemplo — explica a gestora.
As novidades administrativas só serão postas em prática se o Consun, órgão deliberativo máximo da instituição, aprová-las. Além desses órgãos, um comitê será instaurado para estudar a viabilidade da criação do campus da UFRGS em Caxias do Sul.
— Esse estudo, depois, será apresentado ao Consun, que é quem precisará tomar essa decisão. Estou muito animada com o estudo, porque já temos parcerias com as Secretarias de Educação do Rio Grande do Sul e de Caxias do Sul, para entender o que os jovens da Serra querem, em termos de cursos. Tudo será substanciado em dados e evidências, como eu sempre fiz — garante a nova reitora.
Marcia ficará no cargo pelos próximos quatro anos.