Após o repasse de R$ 5,5 bilhões para a consolidação e expansão das universidades federais e hospitais universitários no país, as instituições gaúchas planejam melhorias e projetos que dependiam de recursos do governo federal. O investimento faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado em junho, que prevê a criação de 10 campi e melhorias de 31 hospitais universitários, com a construção de oito.
A divulgação ocorreu em meio à greve de professores e técnicos-administrativos, e parte do recurso anunciado já estava prevista desde agosto do ano passado. No Estado, além da criação de um campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Caxias do Sul, o investimento prevê melhorias de infraestrutura em outras instituições federais e a construção de um hospital na Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
A recomposição orçamentária aumentará o caixa da UFPel em R$ 286 milhões. A maior parte do recurso é destinada à construção da nova sede do hospital escola – R$ 265 milhões. O valor será utilizado para a conclusão dos Blocos 1 e 2 do novo hospital. O Bloco 3 foi concluído em 2020. Com o novo espaço, a expectativa da administração é ampliar em aproximadamente 100 leitos a capacidade do serviço.
O restante do valor será destinado à construção de uma clínica horizontal para o curso de Odontologia e de um Hospital Veterinário no campus de Capão do Leão, com investimento de R$ 8 milhões em cada obra, e para a construção de uma piscina na Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia, com valor de R$ 5 milhões.
Além das obras do PAC, a universidade planeja reformar o prédio da Laneira, edificação histórica em Pelotas. Outras duas obras do cronograma estão em andamento, três estão em licitação e três estão paradas por abandono da empresa responsável ou por entraves burocráticos. As informações são da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento da UFPel.
Já na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), não há obras paralisadas ou em atraso. Todas as cinco reformas planejadas estão com o cronograma adiantado, com destaque para o Laboratório de Anatomia, que está sendo ampliado.
Com o anúncio do PAC, serão iniciadas outras intervenções, que já eram “objetos de diversos pedidos ao Ministério da Educação (MEC)”, conforme a instituição. A universidade recebeu repasse de pouco mais de R$ 20 milhões. Foram destinados R$ 13,8 milhões para a reforma do prédio 4, da Rua Sete de Setembro, e outros R$ 6,5 milhões para a construção da Clínica de Saúde da Família.
A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) também foi contemplada com o benefício, sendo que receberá R$ 20,2 milhões. Já para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) serão destinados R$ 19,5 milhões através PAC. A verba será utilizada para a execução de nove obras situadas tanto no campus Sede quanto nos campi de Frederico Westphalen, Cachoeira do Sul e Palmeira das Missões.
Obras paradas nos institutos federais
Conforme a Diretoria de Planejamento e Obras do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), das 21 obras em condução, três estão paralisadas por abandono da empresa contratada e as demais estão em andamento, sendo que quatro delas estão em etapa de conclusão. As intervenções são realizadas, em sua maioria, por meio de recursos do MEC ou orçamento próprio.
Já no Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), atualmente, há 12 obras em execução ou em fase final. Todas foram licitadas no ano de 2023 e 10 delas tiveram seus contratos assinados em 2024. Boa parte das reformas estão atrasadas por conta da enchente de maio, sendo que quatro nem começaram a ser executadas, devido às dificuldades logísticas que as empresas enfrentam, como problemas para adquirir materiais e deslocamento das equipes.
Há obras atrasadas em Pelotas, Gravataí, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Lajeado. No momento, a Diretoria de Projetos e Obras está focada na recuperação das unidades atingidas nos campi Venâncio Aires, Lajeado e Novo Hamburgo, de acordo com a instituição. Os recursos do PAC destinados aos institutos federais serão utilizados para a construção de novas unidades. O RS deve receber cinco novos campi de institutos federais até 2026.
As unidades serão instaladas em Caçapava do Sul, Gramado, São Leopoldo, São Luiz Gonzaga e Porto Alegre, como parte do anúncio do governo federal para atender à demanda crescente por vagas na educação profissional e tecnológica do país. Consultadas pela reportagem, as demais instituições federais do Estado não retornaram até a publicação da matéria.