Mais de cem crianças e adolescentes impactados pela enchente voltaram a frequentar as aulas nesta semana em Canoas. O retorno dos estudantes, que estão abrigados no Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, ocorreu depois de mais de três meses do fenômeno climático que atingiu o RS e da Defensoria Pública atuar no caso.
Ao todo, 137 jovens estão abrigados no local, sendo 106 deles estão dentro da faixa etária em que a matrícula escolar é obrigatória – de quatro a 17 anos. São 61 alunos do Ensino Fundamental, nove do Jardim 2 e 36 do Ensino Médio. Além delas, outras 31 crianças com três anos ou menos também vivem no abrigo.
Conforme os Executivos municipal de Canoas e estadual, todas já voltaram a estudar. Até o fechamento da matéria, a Defensoria Pública do RS ainda aguardava o retorno oficial da prefeitura quanto à efetivação das matrículas.
Em nota, a prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria de Educação, informou que os alunos do 1º ao 9º que estão no abrigo voltaram a frequentar as aulas na terça-feira (13). A maioria foi matriculada na Escola Ministro Rubem Carlos Ludwig e um ônibus faz o transporte de 67 alunos para o local. No caso da pré-escola ou creche, em que a matrícula não é obrigatória, ainda estão sendo feitas as tratativas para que as crianças sejam atendidas o mais breve possível.
Já o governo do Estado comunicou que todos os adolescentes já voltaram a estudar nesta semana e que terão apoio do transporte escolar. Além disso, os maiores de idade que não possuem formação estão sendo encaminhados para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A volta dos alunos aconteceu duas semanas após a Defensoria Pública encaminhar ofícios para os governos sobre o caso e solicitar o retorno dos abrigados à vida escolar. A situação chegou ao conhecimento da Defensoria em julho, mas a suspeita é de que os estudantes estariam fora das salas de aula desde o início da enchente no RS.