O terceiro dia de provas do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande Do Sul (UFRGS) para ingresso em 2020, iniciado às 15h deste sábado (30), chamou a atenção dos candidatos pela complexidade das questões de Biologia, com destaque para botânica, e pela variedade de conteúdos reunidos na mesma pergunta em Química.
Geografia, focada em atualidades, agradou mais aos concorrentes que estão acompanhando as discussões do noticiário nacional e internacional. O concurso se encerra neste domingo (1º), com os testes de Matemática e História.
Aspirante a uma vaga em Ciências Atuariais, João Gabriel dos Santos, 17 anos, na saída da Escola Técnica Estadual Parobé, no bairro Praia de Belas, em Porto Alegre, lamentava pela abordagem apresentada em Biologia.
— Não é a minha praia — disse o estudante. — Química foi a melhor prova. Química orgânica é um conteúdo do 3º ano, estava fresco na minha memória, foi tranquilo — acrescentou o garoto.
João Vítor Bordin, 17 anos, de olho em uma vaga em Ciências Contábeis, estava feliz com o seu desempenho em Geografia, uma das matérias que mais estudou.
– Demografia, análise de gráficos, conflito no Oriente Médio, migrações no Brasil e na Europa... – enumerou, confiante também para o teste de Matemática, seu ponto forte. – Amanhã é fórmula atrás de fórmula! — vibrou.
Amigo de João Vítor, Rafael Fardin, 18, está prestando vestibular para Engenharia da Computação na mesma escola. Entusiasta de robótica, contou ter ficado tranquilo com a sua performance em Geografia. Mas Química e Biologia não deixaram a melhor das impressões:
– As provas estavam mais ou menos. Foram bem conteudistas.
Adversárias na briga por uma vaga na mesma graduação, Psicologia, Isabella Mello, 17 anos, e Taísa Bamberg Machado, 18, se conheceram ao deixar as salas de aula do Parobé. Para Isabella, o conjunto total de 75 questões (25 em cada prova) foi complicado e detalhista.
— Caiu muita botânica em Biologia. Aprendi recentemente na escola — comentou, satisfeita com a coincidência, mas apontando a redação, realizada no último final de semana, como o grande fator decisivo.
Taísa mencionou uma pergunta envolvendo as relações entre Estados Unidos e China, tema do qual ela garantiu saber bastante, e comentou que, em Química, as questões exploravam mais de um conteúdo no mesmo enunciado.
— Acho que fui mais ou menos — avaliou Taísa. — Nos dois primeiros dias, eu estava mais confiante.
Morador de Santana do Livramento, Luis Antonio Escosteguy, 18 anos, pretende seguir a carreira do pai e da irmã: Agronomia. Confessa não ter se preparado muito, por estar mais focado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas gostou das atualidades de Geografia. Ana Luísa Pretto, 17, inscrita em Publicidade e Propaganda, achou complicadas as questões de Biologia, em especial as referentes a genética.
— Meu desempenho está satisfatório, tendo em vista que não estudei fora da escola — ponderou Ana Luísa.
Aos 16 anos, Eduarda Scheleder encara seus primeiros vestibulares com o sonho de cursar Medicina. Depois do Enem e de concursos em outras três instituições, a moradora de Erechim concluiu a prova de sábado às 17h40min. Deixou sua sala na Escola Parobé frustrada com a prova de Química:
— Achei péssima. Eram muitas questões teóricas, e eu sou boa em cálculo.
Para Eduarda, o desempenho neste terceiro dia compromete uma trajetória que, até então, mostrava-se promissora:
— Fui muito bem nos outros dias, estava confiante. Acertei 20 das 25 em Física.
Indagada a respeito do gabarito das três provas de sábado, que deve ser divulgado na manhã de domingo, Eduarda não titubeou: não olhará nada antes de pegar a estrada, com a família, e chegar em casa.
— Se eu corrigir a prova de hoje (sábado), não venho amanhã (domingo) — desabafou. – Minha prioridade é a UFRGS.