Os professores da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, decidiram retomar as aulas a partir de sexta-feira (2), porém, irão manter o estado de greve. A decisão foi tomada durante a assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (1º). Durante a quinta-feira, profissionais paralisaram os serviços. O motivo é um conjunto de projetos relacionado ao Instituto de Previdência dos Servidores (Ipasem) da cidade, que tramita na Câmara de Vereadores.
Na assembleia ocorrida durante a tarde de quinta-feira ficou definido que, a partir de sexta-feira, os professores retomarão as atividades nas escolas, mas manterão o estado de greve. O Sindicato está elaborando uma contraproposta para entregar na sexta ao município.
— Até que se tenha uma posição da administração, vamos fazendo atividades pontuais, mas a qualquer hora o comando de greve poderá paralisar tudo. Os alunos vão ter aulas, os professores estão voltando para suas atividades e terá uma agenda de eventos, aguardando que a prefeita acolha nossa contraproposta ou retire os projetos. Entendemos que não é possível não fazer esse movimento — aponta Luciana Martins, presidente do Sindicato dos Professores Municipais (Sindiprof NH).
Também na quinta-feira, educadores fizeram um protesto em frente à prefeitura. Cerca de 200 professores gritavam palavras de ordem e também seguravam cartazes como "essa dívida não é nossa". A reportagem de GZH visitou três escolas da cidade pela manhã, duas estavam funcionando parcialmente e uma estava fechada. Nas três instituições, cartazes informavam sobre a greve.
A presidente do Sindicato dos Professores Municipais (Sindiprof NH), explica que foi definido ainda na segunda-feira (28) que a categoria entraria em greve nesta quinta, movimento que se confirmou, mas que, após a assembleia, evoluiu para o estado de greve. Segundo Luciana, os projetos que tramitam na Câmara vão mudar completamente as regras para os professores que já trabalham na rede municipal e para quem ainda não é funcionário, mas entrará na carreira.
Desde o mês de julho de 2020, a contribuição previdenciária dos servidores públicos, ativos e inativos, e pensionistas do município de Novo Hamburgo subiu de 11% para 14% sobre o salário de contribuição. A proposta do Executivo agora é incrementar 5% de forma compulsória, por 20 anos atual alíquota de 14%, atingindo desconto 19% de contribuição previdenciária até 2043. A previsão é que o pacote dos projetos seja votado na Câmara na próxima semana.
— O que a gente afirma nessa contraproposta é que esses projetos, da forma que foram encaminhados, não podem ser apreciados ou aprovados pelo Legislativo. É necessário que haja uma possibilidade de diálogo a respeito do tema, até porque em dezembro não é o momento apropriado para aprovar mudanças na previdência — defende Luciana.
Não foram divulgados detalhes da contra proposta que será encaminhada à administração municipal de Novo Hamburgo. No total, a cidade conta com 90 escolas municipais que atendem cerca de 24 mil alunos. O ano letivo na cidade vai até 20 de dezembro.
