Foi pensando em aproveitar o material que percebia que sobrava na indústria metalúrgica onde trabalha que Elvis Marcelo Machado, 29 anos, descobriu qual projeto queria fazer em suas aulas no Polo de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Sesi Erechim. Pegando arruelas, parafusos e outros retalhos de confecções de metal, o estudante e seus colegas construíam um caminhão de brinquedo.
— É uma forma de conscientização e de reutilização desse tipo de sucata que iria fora, além de ser uma forma de se ter um brinquedo duradouro, já que, hoje em dia, os brinquedos são mais fáceis de quebrar — explica Ariane Pinheiro de Lima, 29 anos, integrante do grupo.
O projeto é um dos 175 expostos na quarta (5) e na quinta-feira (6) na Mostra Sesi Com@Ciência, no Centro de Eventos da Fiergs. O evento reuniu projetos científicos realizados por alunos de Ensino Médio, EJA e programa de contraturno nas escolas do Serviço Social da Indústria (Sesi) que tinham como desafio solucionar problemas em diferentes áreas.
A ideia de Elvis é que o trabalho chame a atenção das empresas do setor:
— Este é só um protótipo, mas o nosso projeto é incentivar as empresas para reaproveitarem esse material. Fazer brinquedos para doar, por exemplo, para crianças que, às vezes, não têm.
O grupo levou dois meses e meio para fazer o caminhãozinho. A demora se deu porque tudo foi feito manualmente. No entanto, o estudante diz que, se o projeto fosse realizado no computador, a máquina faria o brinquedo com facilidade e rapidez, sem necessidade de aquisição de equipamentos específicos.
Segundo Ariane, a união do conhecimento adquirido no mercado de trabalho e na escola tem sido muito produtiva.
— São vários caminhos de coisas maravilhosas. A gente aprende muita coisa. Fomos fazendo um pedacinho de cada vez, aí mostrava para o grupo, discutia, fazia modificações, trocava a rodinha — relata a aluna.
Para o futuro, Elvis, que se interessa por desenhos, pretende aproveitar os retalhos de metal para fazer placas com ilustrações de bonecos e outras imagens.