Entre palestras de pensadores renomados e oficinas em diferentes áreas, as estrelas da Mostra Sesi Com@Ciência são os estudantes. No total, 175 projetos de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e do Ensino Médio estão sendo expostos entre esta quarta (5) e a quinta-feira (6) no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre.
Um dos projetos procura solução para algo que gera medo em muita gente – ingerir acidentalmente a substância GHB, conhecida como “Boa Noite Cinderela”, que faz com que a vítima adormeça e perca memórias recentes. A droga costuma ser utilizada para o cometimento de crimes como roubo e estupro.
Pensando nisso, as alunas Giovanna Freitas, Giovanna Moraes, Nicolli Marques e Natally Souza iniciaram estudos para desenvolver um copo que detecta a substância e, aí, muda de cor. As adolescentes, que estudam na Escola Sesi de Ensino Médio Albino Marques Gomes, de Gravataí, começaram o trabalho em outubro do ano passado, ao perceber que casos relacionados a essa droga aconteciam com frequência.
— Aquela foi bem a época em que voltou à tona o caso da Mariana Ferrer e a gente meio que percebeu que tem vários casos como aquele que não tiveram solução porque as vítimas não tinham algo que provasse o crime, porque o GHB é absorvido muito rápido pelo corpo e não deixa rastros. Aí, pensamos em desenvolver esse copo, que ajudaria principalmente as mulheres, que são o principal alvo desses crimes — explica Natally.
Atualmente, o desafio das meninas é encontrar um reagente ao GHB que não seja tóxico, já que ele será aplicado em um objeto usado para a ingestão de bebidas. Como ainda não foi definido qual reagente será usado, ainda não é possível estabelecer um preço para esses copos, que seriam vendidos em bares.
— Vimos copos ecológicos que são vendidos por maios ou menos uns R$ 20, ou, se tu compra em quantidade, por uns R$ 10, R$ 12. Essa seria a nossa faixa de preço, se o reagente não for muito caro — estima Giovanna Freitas.
As jovens, que chamaram o projeto de “Keep Safe – Copo detector de GHB”, levaram a ideia a sério e já têm divulgado seus experimentos e participações em eventos em redes sociais. O objetivo delas é tornar a confecção dos copos uma empresa, e acreditam que as graduações que pretendem seguir a partir do ano que vem – Psicologia Criminal, Direito Química – têm tudo para contribuir com esse projeto de vida.
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