Incentivar o empreendedorismo feminino foi o que levou seis amigas da Capital a desenvolverem um perfil de apoio exclusivo a empresárias de qualquer ramo. O @mulheresquefazempoa divulga o serviço de quem por vezes precisa enfrentar um mercado de trabalho com poucas oportunidades, e em um ano já ajudou mais de 500 empreendedoras. Além do machismo, as jovens querem desmistificar a rivalidade entre as concorrentes.
— Queremos mostrar que elas podem se unir, indicando o trabalho uma da outra ou em parcerias — explica uma das fundadoras da página, a publicitária Daniela Palermo, 34 anos.
Nada é cobrado pelas voluntárias. O objetivo, segundo as criadoras do perfil, é fomentar os negócios locais e dar voz às mulheres que precisam de reinvenção na pandemia, ou que queiram transformar hobbies em uma profissão.
O processo para adesão à rede do Mulheres que Fazem Poa é simples: a partir do primeiro contato no Instagram, são solicitados detalhes do produto ou serviço, um número de telefone e fotos do que é oferecido. Um post de apresentação do negócio é afixado no feed, em arte criada gratuitamente por outra sócia, a relações-públicas Débora Castro, 28.
— Tem muitas mulheres que se sentem desamparadas, e dar o suporte a elas é muito gratificante. Ficam felizes quando veem a divulgação, nos retornam depois dizendo que conseguiram clientes, e já teve até encontro entre elas — afirma.
Quem preferir pode fazer o post no perfil próprio, e tem essa publicação compartilhada, desde que marque a página @mulheresquefazempoa.
Por meio de lives que reúnem convidadas, o grupo oferece também uma espécie de mentoria: cursos de como gerir uma empresa, palestras com especialistas e mensagens de suporte para as que temem se arriscar como autônomas.
— É uma troca de experiências. A gente ouve de algumas mulheres "eu só sei fazer doces", e incentivamos que ela siga nesse caminho como uma forma de recuperar a renda. Na pandemia, muita gente precisou se reinventar — defende Daniela.
A ideia de dar visibilidade e suporte surgiu um pouco antes de a pandemia se alastrar pelo Brasil, entre fevereiro e março de 2020. O primeiro encontro do grupo — na época chamado Mulheres Fortes — seria presencial. O projeto foi remodelado e, em 16 de maio, o formato atual se definiu. Um ano depois, ostenta a marca de mais de 500 mulheres ajudadas.
Entre os serviços, se destacam os estéticos, de moda, fotografia, arquitetura, decoração, mas há ainda nutricionista, advogados, psicólogas e até astrólogas, além de outras profissionais.
— Tem espaço para todas, cada uma com seu público — garante Débora.
Ouça a entrevista completa: