Com o aumento no número de casos de covid-19 no Estado, o governo gaúcho anunciou, nesta segunda-feira (30), regras mais rígidas para o combate à doença no RS. As atividades presenciais de ensino, no entanto, seguem sem alteração, conforme definido na última semana, mesmo em locais classificados em bandeira vermelha, que indica alto risco epidemiológico para o coronavírus. No mapa divulgado nesta segunda, que passa a valer na terça-feira (1º), 19 das 21 regiões covid estão na cor vermelha.
As regiões poderão realizar aulas presenciais independentemente de quantas vezes foram classificadas em bandeira vermelha, conforme o governo do Estado. Antes, apenas regiões na cor laranja podiam oferecer as atividades de forma presencial.
O governador Eduardo Leite justificou a decisão durante transmissão ao vivo na tarde desta segunda, quando anunciou medidas mais rígidas para o funcionamento do comércio, de restaurantes e até para atividades ao ar livre.
— A gente entende que a saúde precisa ser vista de forma integral. A suspensão das aulas acabaria acarretando outros prejuízos para a saúde física, psicológica, mental, emocional dos alunos, e um prejuízo para eles e para o futuro do nosso Estado — disse o governador.
Outras questões de saúde, como a alimentação dos estudantes, também contaram para a decisão.
— E o próprio acompanhamento que as escolas fazem de casos de violência doméstica, abusos sexuais, em que a escola é um braço do poder público de acompanhamento, nas diversas regiões — afirmou Leite.
As aulas ocorrem de forma híbrida, mesclando atividades presenciais e online. As medidas de higienização e distanciamento seguem valendo. A presidente do Cpers-Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, afirma que a entidade segue contrária à volta às aulas presenciais, principalmente neste momento em que todas regiões estão sob bandeira vermelha.
— Não enxergamos como uma boa alternativa ter as crianças circulando pelas escolas e ampliando os riscos de contrair o vírus, ainda mais com o contágio se agravando. Felizmente os pais também têm esta opinião e estão evitando mandar seus filhos de volta —diz.
Conforme a Famurs, foi sugerido por Leite mudanças na bandeira vermelha, permitindo a abertura do comércio e de restaures, mas com restrições de horários e limite de pessoas. Também ficaria permitido o funcionamento de atividades em locais abertos, desde que tenham controle de acesso. Em contraponto, ficam vedadas o funcionamento de atividades em locais fechados, a permanência em locais abertos sem o controle de público; eventos sociais como casamentos e formaturas; e o uso das áreas comuns em condomínios e clubes.
O presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, considera positivas as propostas:
— O momento nos exige unidade, por isso concordamos, por unanimidade, com as propostas apresentadas pelo governador — disse ele.
Presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky avalia que a cautela sugerida pelo governador em particular às atividades sociais surge como uma alternativa válida em meio à expansão da epidemia no Estado.
— É preferível esta redução do que correr o risco de fechar. Todos temos que trabalhar pelo não fechamento, e a população precisa perceber que é hora de se cuidar — afirma.