- Restrições da bandeira vermelha vão atingir 94,7% do Estado
- Horários de comércio e restaurantes serão limitados
- Permanência em locais públicos sem controle de acesso será vedada
- Aulas presenciais seguem liberadas
Nesta segunda-feira (30), o governo do RS decidiu tomar medidas mais duras em relação às restrições de atividades para diminuir o contágio do coronavírus. O modelo de distanciamento controlado classificou 19 regiões em bandeira vermelha, o que indica alto risco de transmissão. Com isso, o governo reduziu horário de funcionamento de comércio e restaurantes e ainda proibiu permanência em locais públicos, como praças e praias.
Porto Alegre, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Capão da Canoa, Canoas, Ijuí, Palmeira das Missões, Erechim, Uruguaiana, Santa Maria, Lajeado, Santo Ângelo, Santa Rosa, Cruz Alta, Bagé, Taquara, Santa Cruz do Sul, Pelotas e Caxias do Sul estão na bandeira vermelha.
Apenas as regiões covid de Cachoeira do Sul e Guaíba foram classificadas em bandeira laranja, o que indica risco médio de contágio. Assim, o RS tem 94,7% da população gaúcha em bandeira vermelha.
Diante desse cenário, o governo decidiu suspender temporariamente a cogestão — mecanismo que permite que as regiões do Estado decidam por conta própria adotar restrições mais leves do que as determinadas pelo Palácio Piratini. Assim, todas as localidades em bandeira vermelha deverão seguir as regras previstas pelo Estado para o risco alto de coronavírus, sem flexibilizações.
O cenário avermelhado acompanha a piora nos indicadores da doença no Estado, que, nos últimos dias, apresentou aumento significativo no número de internações. As medidas foram antecipadas em reunião com a Famurs.
As medidas mais rígidas para o combate ao vírus devem valer por pelo menos duas semanas, mas podem ser prorrogadas se os números não baixarem, segundo Leite.
O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira (30), pelo governador Eduardo Leite durante transmissão ao vivo. A definição vale a partir desta terça-feira (1°) até a próxima segunda-feira (7). Na última sexta-feira (27), o mapa preliminar indicava que todas as 21 regiões estavam em bandeira vermelha. O governo aceitou apenas dois dos 11 pedidos de reconsideração recebidos.
Horário limitado em comércios e restaurantes
O governo também modificou protocolos para a bandeira vermelha. Um das mudanças é a redução no horário de funcionamento de comércios e restaurantes, que podem operar em todos os dias da semana. O comércio poderá funcionar até as 20h e os restaurantes, até 22h, funcionando apenas com clientes sentados e grupos de no máximo seis pessoas.
O Piratini também aumentou restrições em condomínios, incluindo o fechamento de salões de festas. Atividades em academias seguem liberadas, observadas as medidas de segurança.
Restrições em locais públicos
Outra medida anunciada prevê a "vedação à permanência em locais públicos sem controle de acesso (ruas, praias, praças)". Em âmbito privado, o governo do Estado sugere que as reuniões familiares e de amigos tenham aglomeração máxima de 10 pessoas, não contando crianças até 14 anos. A Brigada Militar deve dar suporte as prefeituras, conforme Leite, para reduzir aglomerações.
Aulas liberadas
As aulas presenciais seguem liberadas na bandeira vermelha, de acordo com a alteração feita pelo Piratini no dia 16.
— A suspensão das aulas acabaria acarretando outros prejuízos para a saúde mental, emocional, dos alunos — disse o governador.
Reunião com a Famurs
Mais cedo, o governador havia proposto para a Famurs, entidade que representa os prefeitos gaúchos, uma lista de medidas emergenciais para tentar conter o aumento de casos e mortes por coronavírus no Rio Grande do Sul nas últimas semanas. As ações incluem a suspensão das festas e eventos de fim de ano, tanto promovidos por prefeituras quanto por estabelecimentos privados e condomínios.
Mais 77 leitos em funcionamento
Devido ao avanço da doença, pelo menos 77 leitos, que estavam desativados, foram colocados em funcionamento novamente, conforme a secretária de Saúde do Estado, Arita Bergmann.
— Na medida em que observamos a evolução e o crescimento do número de casos no Estado do Rio Grande do Sul, nos preocupamos e passamos a combinar com os hospitais a reativação dos leitos para a finalidade de atendimento covid — disse Arita.