Professores da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Campus Restinga do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) desenvolveram um sistema capaz de registrar as notificações de violência interpessoal e autoprovocada em escolas. A plataforma Cipave+ foi lançada na quinta-feira (5) e a coleta de dados está prevista para iniciar em abril.
O sistema foi desenvolvido a partir do projeto "Contribuições para o aprimoramento da vigilância da violência interpessoal/autoprovocada contra populações vulneráveis no Rio Grande do Sul: o Sinan, a equidade em saúde e a intersetorialidade", coordenado pelos educadores, numa parceria com a Coordenadoria das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave), vinculada à Secretaria Estadual da Educação (Seduc), e as secretarias estaduais da Saúde e da Segurança Pública.
A plataforma foi estruturada com base no formulário do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), utilizado por profissionais de saúde para casos de notificação compulsória, como violência e determinadas doenças. Os educadores de todo o Estado poderão registrar situações de violência nas escolas em que trabalham para que eles sejam acompanhados. A meta, a partir do aprimoramento da notificação nos espaços escolares, é gerar dados para integrar e ampliar a rede de enfrentamento e proteção social.
Segundo a coordenadora estadual da Cipave, Patrícia Sanchotene Pacheco, a plataforma estará aberta para todas as escolas gaúchas – municipais, estaduais e privadas. Para acessar o novo sistema, as instituições deverão contatar a coordenadoria por meio do site do órgão. Os educadores passarão por treinamento. E a ideia, conforme Patrícia, é treinar professores nas mais diversas regiões do Estado.
O projeto vem sendo desenvolvido pela UFRGS e pelo IFRS desde 2017, em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde. No ano passado, foi premiado na 16ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), do Ministério da Saúde.