O Rio Grande do Sul deu um passo em direção ao estreitamento de laços entre a produção científica desenvolvida na região, as empresas e a sociedade nesta segunda-feira (25), na Capital. Foi lançada a Rede Sapiens, que tem como objetivo valorizar e divulgar o conhecimento de mestres e doutores de universidades públicas e privadas gaúchas, para que, no futuro, os resultados obtidos nestas teses e dissertações se transformem em oportunidades de negócio.
A plataforma foi criada para que os trabalhos se tornem mais acessíveis. Com a ferramenta, pesquisadores gravam um vídeo de até três minutos contando os resultados obtidos em seus respectivos trabalhos. Na sequência, o conteúdo é postado no YouTube e, depois, o link do vídeo é colocado no site da Rede Sapiens. Após o processo, o relato fica exposto e com livre acesso a todos, explica Luís Lamb, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado.
Para o lançamento do site, a Rede Sapiens conseguiu reunir, com diversos parceiros, um aporte de R$ 35 mil para agraciar 10 pesquisadores e orientadores divididos em duas categorias: Prêmio Conexão com o Mercado e Prêmio Engajamento. A primeira distinção terá curadoria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Já a segunda condecoração terá como critério a quantidade de visualizações únicas nos vídeos postados na plataforma. Os projetos poderão ser inscritos até o dia 30 de abril de 2020. Os vencedores serão conhecidos em junho de 2020.
— Primamos pela linguagem objetiva e coloquial, para que as pessoas e o mercado consigam entender e tornar palpáveis os resultados desses trabalhos. O objetivo é explicar o impacto das pesquisas do ponto de vista econômico e social, para seja possível viabilizar sua aplicação prática com maior rapidez — diz Lamb.
O secretário destaca ainda que essa aproximação com o mercado pode ser benéfica para os pesquisadores e as universidades, porque abre uma brecha para que haja transferência de tecnologia para o setor público e privado. Ou seja, cava a oportunidade de futuros acordos comerciais. Lamb ressalta também que, atualmente, as corporações com maior valor de mercado não são as que exploram recursos naturais ou que trabalham com infraestrutura, e sim as que estão envolvidas com a produção e a aplicação de tecnologia:
— As universidades e o mercado precisam dialogar, porque o empreendedorismo de hoje é calcado no conhecimento e é daí que surgem as oportunidades de geração de riqueza. Transformar os resultados acadêmicos em negócio é urgente. E o Rio Grande do Sul tem excelentes universidades, estamos muito bem avaliados nos rankings nacionais. Temos uma grande chance de crescimento, se unirmos estas duas pontas do processo.
A iniciativa é do movimento Pacto Alegre, com colaboração da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado, da Fapergs, da Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp), da plataforma de inovação social uMov.me Arena, de universidades gaúchas e de empresas, entre outros. Para a criação da plataforma, a uMov.me Arena investiu cerca de R$ 100 mil.