Educação

Educação Básica

MEC critica proposta do novo Fundeb e estuda elaborar projeto próprio

Ministro da Educação afirmou que aumento de participação da União para 40% é inviável do ponto de vista fiscal

GZH

Agência Brasil

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (19), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que o governo federal rejeita o aumento da complementação da União no fundo da educação básica. A proposta é da deputada Dorinha Seabra (DEM-TO), relatora da PEC do Fundeb. 

Hoje, o governo federal entra com 10% do montante recolhido pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) de impostos federais e municipais. A parlamentar propõe elevação para 40% em dez anos. 

Segundo Weintraub, a proposta não atende a critérios fiscais e tem  problemas técnicos. Ele reclamou, por exemplo, sobre a inclusão de royalties do petróleo na verba vinculada à educação.

— Quando introduz critérios como esse, aumenta a volatilidade (dos repasses). Foi uma surpresa (a proposta de Dorinha). Estamos retirando completamente o apoio ao projeto — disse Weintraub. 

O ministro afirmou que tem se reunido com os titulares da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para traçar estratégias. Ele não descartou a elaboração de um projeto próprio do governo. 

Weintraub disse que a proposta de aumentar a completação em até 15%, em cinco anos, feita pelo MEC à comissão especial da Câmara que analisa a matéria, continua de pé. Segundo ele, os cálculos do governo consideram que o valor de R$ 4.300 por ano por aluno são suficientes. Ainda de acordo com ele, seria possível chegar a esse montante com a proposta defendida pelo governo.

Projeto segue em tramitação

A minuta apresentada nesta quinta pela deputada federal sofrerá ajustes a partir de sugestões feitas pelos deputados. Caso aprovada, a PEC segue para votação no plenário da Casa. A proposta precisa ser aprovada em dois turnos de votação. Após a tramitação na Câmara, a proposta precisa ainda ser analisada pelo Senado Federal.

Propostas com conteúdos semelhantes tramitam também no Senado (PEC 33/2019 e PEC 65/2019). O objetivo da Professora Dorinha é chegar a textos próximos, por meio de conversa com senadores, para apressar a aprovação no Congresso.

Fundeb com os dias contados 

O Fundeb é composto por recursos arrecadados por estados e municípios, além de uma complementação feita pela União. O fundo é hoje o principal mecanismo de financiamento da educação básica, que vai da creche ao ensino médio. Segundo o Ministério da Educação (MEC), equivale a 63% de tudo o que é investido nas escolas públicas do Brasil.

O dinheiro é usado para pagamento do salário dos professores e para ações de manutenção e desenvolvimento do ensino, como a construção de quadras de esportes, reforma de instalações físicas, aquisição de carteiras, computadores, televisores e outros equipamentos, entre outras ações.

O fundo está, no entanto, com os dias contados. Caso não seja renovado, deixa de existir no final de 2020. Para que isso não ocorra, três propostas de emenda à Constituição (PECs) que tornam o Fundeb permanente tramitam no Congresso Nacional. 

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