Um projeto pretende transformar a zona norte de Porto Alegre em um polo tecnológico de empreendedorismo cultural e de entretenimento. Chamado Fábrica do Futuro, um espaço de 3 mil m² está sendo adaptado em uma antiga fábrica do Quarto Distrito para atrair startups de áreas como educação, sistemas audiovisuais, realidade virtual, Internet das Coisas e desenvolvimento de games. A previsão é que comece a funcionar em dezembro deste ano.
Como âncoras, serão atraídas seis empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) já estabelecidas no mercado (as chamadas scale-ups), incluindo pelo menos uma estrangeira — os organizadores garantem que os nomes já estão encaminhados, mas evitam detalhar. Um estúdio de músicas atualmente instalado no local, o Audio Porto, será a outra âncora.
Haverá também um espaço de coworking para que empreendedores com ideias na cabeça possam trocar experiências e alinhar parcerias para tirar seus planos do papel. Distribuídas em um salão que terá iluminação natural e será farto em vegetação, até cem pessoas compartilharão o espaço coletivo, que terá em anexo um palco onde a organização pretende trazer especialistas para falarem sobre temas ligados à tecnologia e inovação. O custo estimado do aluguel para cada usuário do coworking é de R$ 800 por mês.
— A ideia é criar um "formigueiro" de inovação e criatividade, com muita gente interagindo e colaborando em prol dos projetos de todos — explica Francisco Hauck, diretor-presidente da Fábrica.
A alegoria ao formigueiro faz boa imagem com a disposição dos ambientes. A Fábrica ocupará as antigas dependências da fábrica de enfeites de Natal Wanda Hauck, da família de Francisco, que foi desativada. Os amplos galpões na Rua Câncio Gomes onde antes estavam maquinário pesado têm sido recortados em diversas salas equipadas com mesas coletivas, estações de wifi, salas de reuniões e cafeterias. O investimento total no projeto chega a R$ 15 milhões.
Para líderes de startups em busca de investimentos, a boa notícia é a abertura de uma incubadora no local. A ideia é que projetos tecnológicos sejam analisados por investidores e, caso os seduzam, sejam apoiados financeiramente na Fábrica do Futuro. Os empreendedores selecionados também receberão mentoria de gestão e orientações sobre o lançamento de seus produtos.
— Já temos confirmado o apoio a duas empresas de realidade virtual de Porto Alegre, que desenvolverão seus planos de negócios aqui na Fábrica — adianta o sócio português do projeto, o CEO César Couto Ferreira.
Um dos pilares da Fábrica é o intercâmbio cultural. Estão sendo instalados biblioteca, restaurantes, espaço para feiras e auditório para receber congressos, palestras e manifestações artísticas. Além disso, há programação de cursos gratuitos para a comunidade. A ideia é que funcionários das startups dediquem uma hora por semana para ministrarem aulas de curta duração sobre desenvolvimento de aplicativos, planilhas de excel, inglês ou gestão de empresas, por exemplo (veja abaixo como participar).
— Queremos gerar conhecimento para até 300 pessoas da comunidade semanalmente, e tudo gratuito — anuncia o diretor de operações, Rogério Beidacki.
COMO PARTICIPAR DOS CURSOS GRATUITOS
- A Fábrica do Futuro organizará, nos próximos meses, um cronograma de cursos gratuitos à comunidade.
- As aulas serão de inglês, desenvolvimento de aplicativos, tabelas de excel, power point, gestão de empresas e apresentação de projetos em público.
- Serão ministrados pelos técnicos das startups instaladas no local, como trabalho voluntário.
- Serão turmas de 25 alunos cada, com um total de 300 pessoas capacitadas a cada semana.
- Os interessados já podem enviar e-mail manifestando interesse em alguns tipos de cursos e reservar lugar. O contato é office@fabricadofuturo.com