O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, informou em entrevista à Rádio Gaúcha que não recebeu até agora posicionamento dos secretários estaduais de Saúde que defendem o adiamento da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O órgão é o responsável pela organização das provas no país.
Na terça-feira (12), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) aprovou posição conjunta em favor do adiamento da aplicação das provas, marcada para começarem neste domingo (17), por causa do momento crítico da pandemia no país. O pedido é dirigido ao ministro da Educação, Milton Ribeiro.
Perguntado se o adiamento está fora de cogitação, Alexandre Lopes evitou responder de forma taxativa e informou que não recebeu nenhum pedido desse tipo. Segundo ele, foi encaminhado em dezembro aos secretários estaduais de Educação e Saúde um ofício para comunicar a data do exame e pedindo apoio para que ele aconteça. No entanto, afirmou Lopes, ninguém o respondeu.
Durante a entrevista, o presidente do Inep defendeu a manutenção da data do Enem para que candidatos possam concorrer a vagas em universidades no segundo semestre. Além de atrasar em um semestre a entrada dos estudantes nas instituições de ensino, o adiamento poderia acarretar em demissões de professores nessas entidades, conforme ele.
Lopes informou que o aluno deve ter tranquilidade para fazer a prova e que o governo federal tomou uma série de medidas para evitar a transmissão do coronavírus, como a antecipação em meia hora da abertura dos portões, diminuição do número de estudantes em sala de aula, obrigatoriedade do uso de máscara e investimentos na higienização dos locais de prova.
Na terça-feira, a Justiça Federal em São Paulo negou o pedido de adiamento das provas do Enem 2020. Com isso, ficou mantido o cronograma: a prova impressa será aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro. De acordo com a decisão, caso uma cidade tenha elevado risco de contágio que justifique medidas severas de restrição de circulação, caberá às autoridades locais impedirem a realização da prova. Se isso acontecer, o Inep, responsável pela prova, terá que reaplicar o exame.