Dentro de uma estratégia de impulsionar a atividade econômica do Rio Grande do Sul em um contexto de reconstrução, o governo estadual anunciou pacote de investimentos de quase R$ 600 milhões em diversos ramos produtivos. O ato ocorreu, na tarde desta quarta-feira (9), no Salão Alberto Pasqualini do Palácio Piratini. Além do governador Eduardo Leite, os secretários de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e da Fazenda, Pricilla Santana, e lideranças empresariais participaram do evento.
Os valores anunciados pelo governo estão divididos em duas partes. A primeira prevê investimentos de cerca de R$ 146 milhões via setor privado, centralizados na expansão de dois empreendimentos: a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) e a Basso Pancotte. Outros R$ 437,6 milhões estão espalhados em concessões do governo estadual a 17 empresas via incentivos fiscais. Essa segunda parte vai beneficiar negócios de diversos setores econômicos, como plástico, fundição, proteína animal e metal mecânico.
O secretário Ernani Polo, afirmou que essa ação, além de fortalecer a economia gaúcha, vai promover melhorias no âmbito social, fortalecendo o mercado de trabalho:
— Estamos falando de 830 novos postos de trabalho. Empregos diretos que serão gerados no nosso Estado, o que é muito importante, porque além dos investimentos, os valores são expressivos, temos mais de R$ 584 milhões, o que importa também são os empregos.
O governador Eduardo Leite afirmou que essa nova etapa de investimentos faz parte de um plano do governo do Estado, que analisa negócios em áreas já consolidadas e setores “portadores de futuro”, alinhados a um cenário de transição energética.
— Precisamos criar um ambiente para poder, naturalmente, estar em diálogo profundo com o setor privado para entender as suas dores, onde podemos atuar para melhorar as suas experiências e, assim, criar as condições para que o investimento aconteça — destacou o governador.
Investimentos de empresas
A CRVR vai investir cerca de R$ 100 milhões em uma planta de biometano em São Leopoldo, no Vale dos Sinos, com capacidade de 34 mil metros cúbicos de produção de gás por dia, segundo o Piratini. As obras devem começar nos próximos meses, com finalização prevista até o fim de 2026.
O diretor-presidente da CRVR, Leomyr de Castro Girondi, afirmou que a expansão está alinhada com a crescente demanda por energia renováveis e soluções sustentáveis. O aporte posiciona ainda mais o Estado dentro dessa cadeia de inovação e desenvolvimento sustentável, segundo Girondi:
— Hoje, as indústrias, principalmente grandes e médias, estão buscando muito essa mudança da cadeia energética. E isso é um diferencial, até como uma demanda de alguns mercados. Só o fato de saber do investimento já criou um atrativo para a busca de novas empresas.
Já o grupo Basso Pancotte vai investir cerca de R$ 50 milhões em máquinas e equipamentos para construção de uma unidade fabril do ramo de produtos agropecuários, veterinários e pets em Nova Alvorada. O projeto deve começar a sair do papel em março de 2025 e ser finalizado em 2026.
O diretor-presidente da São José Industrial, Geraldo Recktenwald, representou as empresas beneficiadas pelo incentivo do governo. O empresário afirmou que o auxílio do Piratini é importante e destacou a necessidade de reforçar compromisso de contribuir ativamente para o desenvolvimento econômico e social do Brasil:
— Que mesmo em tempos desafiadores, possamos minimizar os impactos sobre as empresas gaúchas e fortalecer a construção de empresas.
O pacote de investimentos
- Total — R$ 584 milhões
- R$ 146 milhões são via investimentos privados. A Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) vai investir R$ 96 milhões. Já a Basso Pancotte vai aportar R$ 50 milhões.
- Os outros R$ 437,6 milhões serão concedidos pelo governo via incentivos para implantação ou expansão de plantas industriais no Rio Grande do Sul. Ao todo, 17 empresas, que terão abatimento referente ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).